Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1940 a expectativa de vida no Brasil era de 45,5 anos. Esta expectativa vem subindo desde então, e, em 2018, chegou aos 76,3 anos. Até 2050, a projeção é que a média de vida dos brasileiros seja de 80,57 anos. Esses dados impactam diretamente o mercado de trabalho, pois profissionais de 50, 60 e até de 70 anos estão se reinventando e ficando mais tempo no mercado de trabalho.
Embora haja um esforço por parte desses profissionais para se manter atualizado, muitas empresas ainda têm preconceito na hora da contratação, por acreditarem que as pessoas mais jovens trarão mais dinamismo, além de entender mais facilmente a dinâmica da empresa, ao contrário de pessoas mais velhas.
Jorge Martins, CEO da Bullseye Executive Search, uma das principais empresas do país de recrutamento e seleção, aponta que esse é um erro muito comum nas corporações. “Claro que os mais jovens tendem a estar mais atualizados e serem mais tecnológicos. No entanto, uma empresa ganha quando tem uma equipe diversa, tanto do ponto de vista de raça e gênero, como de idade”, observa.
O especialista complementa que pessoas com mais experiência no mercado de trabalho, e com a idade mais avançada, tendem a ser mais engajadas com as metas e diretrizes da empresa. Além disso, tem a experiência necessária para atuar em um cenário de crise. Em uma atuação de crise, o tempo de experiência é fundamental.
“Profissionais de 50, 60, e até 70 anos, não só conseguem produzir muito bem, como também cooperam para um ambiente melhor de trabalho e postura profissional no exercício de qualquer ocupação. tanto que hoje, os profissionais acima de 50 anos já atingem cerca de 17% da força de trabalho no Brasil”, fala Jorge.
Um mito muito comum que empresas acreditam é que a contratação de um profissional mais jovem é mais barato. “O que vai estipular a faixa salarial são as demandas da vaga oferecida. No geral, existe um valor que a empresa tem para determinada vaga e o recrutador tem que ir em busca do profissional com o perfil ideal, descartando qualquer pré conceito relacionado a gênero, raça ou idade”, reforça o especialista, complementando que o profissional ideal é aquele que atende as características exigidas. “E se ele tiver 60 anos arrisco dizer que é ainda melhor, pois será extremamente comprometido”.
Jorge observa ainda que é preciso derrubar o mito de falta de intimidade com tecnologia e agilidade. A idade não vai caracterizar a pessoa, afinal, com o avanço da tecnologia, alguém atualizado hoje pode não estar mais atualizado em 1 ano. Isso independente da idade. Atualização tem muito mais a ver com o perfil da pessoa do que com a idade em si.
Martins dá algumas dicas para profissionais com mais de 50 anos para aumentar a chance de contratação:
1 – Mantenha-se atualizado.
Nos processos seletivos sempre observamos se os candidatos são pessoas atualizadas sobre os principais acontecimentos, bem como sobre ferramentas que serão utilizadas no dia a dia do trabalho.
2 – Valorize e saiba vender sua experiência profissional
Com passagem por diversas empresas e tendo vivenciado muitas coisas no ambiente profissional é importante destacar como pode fazer diferença em momentos de crise e tomadas de decisões importantes. Faça um currículo atrativo destacando seus pontos fortes, seus resultados bem como suas principais experiências anteriores. Várias empresas preferem profissionais mais experientes do que treinar alguém que nunca trabalhou antes.
3 – Atualize seu currículo e Linkedin
Estar nas plataformas de contratação mais atuais mostra que você está atualizado sobre o mercado. Contribua com ideias, sugestões, fale sobre o mercado e mostre que você está atualizado sobre o que acontece na sua profissão. Além disso, mantenha os sempre atualizados com cursos que você faça.
4 – Faça cursos na sua área de atuação
Fazer cursos vai te ajudar a se manter atualizado, mas além disso, ampliar sua rede de contatos. Vale lembrar que aprender um pouco mais sempre é bem vindo.
5 – Aprenda novas tecnologias
Fique atento às novas tecnologias, aos novos recursos, aplicativos e demais programas digitais. O mundo exige que se tenha abertura para aprender a usar todas tecnologias que são oferecidas. E se for necessário, peça ajuda a quem tem mais conhecimento.