Mesmo sem nenhum estudo ou levantamento estatístico sobre o fechamento da produção física industrial brasileira e capixaba, infelizmente, podemos adiantar um cenário ainda nebuloso para a indústria. Medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial nacional tende a encerrar 2013 registrando leve alta. Já a produção capixaba fecha em queda, uma vez que é constituída, em boa parte, por commodities, caracterizada pelo alto grau de dependência de poucas e grandes empresas, as quais, por sua vez, dependem do mercado internacional, que segue instável.
Projetos, ações e avanços em sintonia com governos federal e estadual revelam o baixo desempenho do setor industrial e o tímido crescimento de nossa economia. A desoneração da folha de pagamentos, a redução de impostos para alguns produtos de setores específicos, somados aos investimentos anunciados em infraestrutura, entre outros, não surtiram o efeito necessário para estimular o setor produtivo.
A indústria tem pressa e precisamos de uma política industrial de curto, médio e longo prazo por parte do governo federal, pois estudos comprovam que o Brasil e o Espírito Santo perdem em competitividade por falta de infraestrutura, principalmente em logística; nossa produtividade é baixa, os juros altos, a carga tributária escorchante e a burocracia, excessiva, enquanto, em contrapartida, o Governo gasta alto para oferecer serviços públicos de baixa qualidade, sobretudo em educação, saúde segurança e transporte.
Ao completar 55 anos, o Sistema Findes consolida sua importância como maior representante empresarial do Espírito Santo. A Federação atua em defesa dos interesses de seus 31 sindicatos filiados, que representam mais de 14 mil indústrias, responsáveis por mais de 200 mil postos de trabalho diretos e com participação de mais de 36% no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.
Para tentar contornar os desafios, neste ano realizamos intensos contatos com diferentes esferas do poder público e privado, comprovando que podemos, juntos, fazer um Espírito Santo ainda mais forte. Essa consolidação pode gerar importantes resultados, entre eles, a inovação, desburocratização, linhas de crédito específicas, ampliação da qualificação da mão de obra, diversificação da indústria e interiorização do desenvolvimento, com mais oportunidades para os capixabas.
Enquanto Federação das Indústrias, atuamos na criação de melhores condições para a operação industrial e atração de novos investimentos. Nossa missão é trabalhar em prol dos interesses da indústria capixaba. O desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do Estado e a capacidade de transformação estrutural, de modo que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva, contribuindo, dessa forma, com o desenvolvimento do Espírito Santo.
A identidade de um Estado se consolida por uma indústria forte. Lutamos pela concretização de um ambiente mais favorável aos negócios e por um país melhor. Entendemos que a indústria gera inovação, desenvolvimento tecnológico e emprego de qualidade. É essencial, portanto, ao progresso brasileiro e capixaba.
Marcos Guerra é empresário e presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES).