Em tempos de crise, produzir mais com menos é o grande objetivo no mundo dos negócios. Uma vez que a busca por melhores resultados desconhece cenários de incertezas econômicas, muitas alternativas estão sendo criadas para conseguir alcançar as metas e necessidades das empresas, mesmo com recursos escassos.
Entre essas mudanças, a principal é o reposicionamento do líder. Afinal, a crise existe. E a liderança precisa estar atenta para não deixar que o medo e a insegurança tenham efeitos ainda maiores sobre os liderados e, consequentemente, reflitam nas organizações.
Essa tarefa pode não ser tão fácil, pois não deve haver confusão entre liderança e chefia. Ao desempenhar “papel de chefe”, quem está a frente da equipe pode – em vez de estimar a inovação e a motivação – gerar efeito inibidor nos colaboradores. Assim, o chefe acaba por naufragar o desenvolvimento do clima organizacional e a criatividade necessária para encarar os tempos de crise.
Uma das principais características que difere os dois perfis de gestão está na maneira como ambos despertam a equipe para atingir os objetivos. Enquanto os chefes abusam do poder de persuasão para fazer os colaboradores mudarem de idéia e calores, os líderes lançam mãos da empatia para despertar atenção em seus liderados.
Entre as qualidades de um líder também está o uso de uma comunicação clara e integração consolidada com a equipe, a fim de evitar que esse momento de incerteza se transforme em desespero entre os funcionários.
Além de gerenciar conflitos e ser um agente motivacional, o líder ainda precisa estar atento às necessidades do liderado para que, assim, ele trabalhe motivado e comprometido com as metas a serem alcançadas.
Outra maneira de um líder extrair a participação, o apoio e a responsabilidade dos colaboradores com a organização é a promoção da interação entre os liderados e a empresa, com transparência na apresentação da atuação e do resultado.
Saber escutar as opiniões e criar ambientes em que os cooperadores tenham liberdade na contribuição com idéia e sugestões precisa ser, também, uma habilidade de liderança para que se consiga definir estratégias necessárias para vencer os desafios em empós de crise.
Enfim, gerir pessoas e projetos em tempos de crise não se limita à condução de ações e sugestão de alternativas apenas. Para exercer seu papel com sucesso e vencer os desafios da função em tempos de incerteza, um bom líder precisa se adaptar à turbulência de forma rápida e severa, com confiança e flexibilidade, foco nos resultados e capacidade de transformar as falhas em aprendizagem.
José Eugênio Vieira
Superintendente do SEBRAE/ES
*Artigo originalmente publicado na Revista do Prêmio Líder Empresarial