Em pouco mais de 60 dias do governo interino do presidente Michel Temer, o Brasil tem vivido um clima de otimismo e esperança não apenas pela recuperação da economia, mas com a possibilidade de ver avançar propostas há muito tempo engavetadas, seja por falta de coragem ou pura má vontade de colocá-las em prática.
De forma bastante objetiva, o país só se modernizará se encarar com firmeza quatro reformas estruturais: previdenciária, trabalhista, tributária e política. Não são temas simples de lidar, haja vista os inúmeros interesses (legítimos ou não) envolvidos. Mas não há caminho alternativo. Basta de remendos institucionais.
Há algum tempo eu venho dizendo que nosso país carece de líderes que pensem não apenas nas próximas eleições, mas nas futuras gerações. Estadistas algumas vezes sacrificam dividendos eleitorais em vista de defender aquilo em que acreditam, aquilo que é necessário para determinado momento, mesmo que sejam medidas impopulares.
O ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln é um excelente exemplo. Após ser reeleito e ter alcançado uma popularidade inédita, arriscou tudo para ver aprovada a abolição da escravidão no momento mais tenso da Guerra Civil Americana. Convicto de que era o certo a fazer, não hesitou em negociar com aliados e adversários.
É hora de o Brasil seguir caminho semelhante. No âmbito do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que eu costumo chamar de “a casa do setor produtivo brasileiro”, temos alguns desafios que ora dependem exclusivamente do nosso esforço, ora dos colegas de Esplanada e do Congresso Nacional.
Ao assumir essa missão no dia 13 de maio, pedi aos técnicos da Pasta que me apresentassem medidas de ação rápida para facilitar a vida do empresário brasileiro, muitas vezes demonizado por posições ideológicas ultrapassadas que não deram certo em lugar nenhum do mundo. Repito: modernizar o Brasil é questão de sobrevivência.
Não há melhor programa social que o emprego. Não é punindo a classe empresarial que vamos avançar. Ao contrário: quanto mais ela for valorizada e menos penalizada com impostos, normas regulamentadoras e obrigações acessórias, haverá mais investimentos e consequentemente mais e melhores empregos.
Está provado que o Brasil encontrou seu rumo. Agora é preciso que o Senado confirme definitivamente o impeachment de Dilma Rousseff para o país deslanchar de vez e retomar o crescimento. Qualquer coisa que acontecer diferente disso será uma catástrofe para a nação. Toc, toc, toc na madeira.
Marcos Pereira
Advogado, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e presidente nacional do PRB licenciado