A crise econômica brasileira tem sido desafiadora para todos os setores da economia e para a população como um todo. Enfrentamos a maior recessão do país desde os anos 30, durante o período da Grande Depressão.
A ineficiente administração da máquina pública, os altos níveis de corrupção, a grande desigualdade econômica e os altos índices de analfabetismo, dentre várias outras mazelas sofridas pela população brasileira, funcionam como grandes barreiras a serem vencidas na tarefa de se promover a construção de um futuro mais promissor para o Brasil.
No Espírito Santo, infelizmente, o cenário também não é de grande otimismo. A produção industrial, por exemplo, apesar de ter apresentado crescimento de 3,8% em maio deste ano, está bem abaixo do esperado, já que, em comparação com o mesmo período do ano anterior, caiu 18,9%, como mostram os dados do IBGE. Esse resultado levou a reboque toda a economia, provocando uma queda de mais de 14% do PIB capixaba no primeiro trimestre de 2016.
A crise, no entanto, também pode ser utilizada como um momento de aprendizado. É em meio a dificuldades econômicas que nos deparamos com a necessidade de reduzir os gastos, de ter uma visão estratégica de longo prazo e de agir de forma mais planejada. A população, de uma forma geral, passa a ter que lidar com maior responsabilidade com o orçamento familiar e a organização de suas despesas, evitando, dessa forma, contrair dívidas e realizar gastos supérfluos, e, ao mesmo tempo, exercitando a consciência sobre a importância do planejamento para sustentar a estrutura familiar.
O Espírito Santo em Ação, tendo como base o Plano Estratégico ES 2030, aponta os caminhos que a sociedade precisa percorrer, de forma engajada, para que o Espírito Santo alcance o patamar esperado de estado inovador, dinâmico e sustentável, contando para isso com os segmentos público, privado, terceiro setor e a sociedade civil.
Os empresários, para a sustentação dos negócios em meio à crise, revisam seus planejamentos e investimentos e buscam por estratégias de diferenciação e, portanto, grandes inovações poderão surgir em períodos conturbados como este, favorecendo o desenvolvimento tecnológico e social futuro.
Portanto, apesar das dificuldades do cenário atual, é preciso exercitar o pensamento criativo e continuar a trilhar os rumos que nos levarão ao desenvolvimento econômico e social, reforçando com ênfase que a educação é um dos pilares mais importantes para o alcance desse objetivo. A educação de crianças e jovens é a principal ferramenta transformadora de uma sociedade, pois todos ganham com uma educação de alta qualidade. Afinal, não há desenvolvimento econômico sustentável sem uma sociedade intensiva em capital humano desenvolvido.
Grandes nações enfrentaram momentos históricos críticos e evoluíram de forma surpreendente graças à educação. Ainda temos muito para aprender e avançar nesse campo. Para isso, no entanto, é necessário abrir mão da zona de conforto para possibilitar o surgimento de novas estratégias e o engajamento da sociedade neste importante desafio: educar para desenvolver.
Aridelmo Teixeira
Presidente do Espírito Santo em Ação