A inspiração para o Instituto Americo Buaiz nasceu no contexto da comemoração dos 75 anos do Grupo Buaiz. Seu objetivo é apoiar o terceiro setor através da divulgação de instituições que já existem, mas que precisam ter mais visibilidade para dar outra dimensão ao papel que já desempenham tão bem. A ideia do Instituto Americo Buaiz, portanto, não é ser mais um a fazer alguma coisa na área de educação, assistência social, meio ambiente ou saúde, mas sim apoiar qualquer instituição já existente e que atue em qualquer uma dessas áreas, dando o suporte necessário para que ela faça melhor o que já faz bem.
Programamos vários eventos para ocorrer neste ano de 2017, mas o mais importante foi termos feito a opção de criar esse braço social dentro do grupo. Já desenvolvíamos várias ações consideradas de cunho social, mas, até então, elas não eram coordenadas, centralizadas nem funcionavam efetivamente como uma causa permanente.
Para dar conta dessa nova atuação, criamos uma estrutura com recursos humanos, para a avaliação e a seleção dos projetos segundo critérios pré-definidos. A partir daí, entramos com nosso esforço de apoio, contando com todas as empresas do Grupo Buaiz – Buaiz Alimentos, Shopping Vitória e Rede Vitória de Comunicação –, como também com um grupo de voluntários, formado por colaboradores do Grupo Buaiz e seus familiares, até porque não acreditamos que movimentos dessa natureza possam ser bem-sucedidos se não contarem com o voluntariado.
Isso tudo nos traz a reflexão que eu gostaria de passar para os líderes empresariais. Vivemos num país em que se faz muito pouco pelo social. Alguns podem alegar: “mas diante de tanta problemática que o país vive, a gente precisando salvar a própria pele, ainda vamos nos preocupar com coisas que são da responsabilidade do governo?”. Mas esse, com certeza, é um pretexto que não podemos mais continuar usando. Muito pelo contrário, temos que admitir que o poder público é insuficiente e incompetente para dar conta da imensa demanda social que temos no Brasil. O passivo social do brasileiro é tão grande, de tal magnitude, que é impossível imaginar, mesmo fora de uma crise, que essa necessidade não vai continuar sendo de um tamanho enorme.
Basta vermos que países e nações muito mais ricas e com muito mais resposta dos governantes já se estruturam há muitos anos com o voluntariado, com as instituições ancoradas na iniciativa privada para, juntas, promoverem ações em benefício do coletivo. Mesmo em países onde essa demanda não é tão gritante como no nosso, isso é fundamental.
Chegou o momento de cada um dos líderes empresariais fazer a opção de ser também um líder social. Só é um líder empresarial completo quem é também um líder social. Ganha outra estatura o líder que constrói coisas materiais importantes para a sociedade, mas que também tem atuação sistemática e comprometida com uma ação social em benefício do coletivo. Isso dá outra magnitude à missão que cada um de nós tem e ao sentido pelo qual nossas empresas e nós mesmos existimos.
Esse é o chamamento que eu humildemente coloco, e ofereço a decisão do Grupo Buaiz como um exemplo pequeno, mas significativo de que não dá mais para adiarmos essa escolha. Ou seja, não basta ter uma empresa materialmente bem-sucedida e ser um empresário materialmente satisfeito, se não cumprir um outro papel, de outra natureza, mas tão ou mais importante quanto esse que é visto como o principal ou, muitas vezes, único de muitos empresários e empresas. Não basta sermos líderes empresariais. Temos que ser líderes sociais!
Americo Buaiz Filho
Presidente do Grupo Buaiz e do Instituto Americo Buaiz