Por Flávia Oleare
Nádia e Norton eram casados, mas Nádia se sentia extremamente sozinha. O marido vivia para o trabalho e não lhe dava muita atenção. Ele estava sempre em muitas reuniões e viagens e dizia que tudo o que estava construindo era em prol de ambos e da família que formariam quando chegassem os filhos, cujos planos de ter eram sempre adiados pois ele dizia que ainda não era a hora.
Ela não concordava pois já tinha 33 anos e já tinham 5 anos de casados, mas para não causar um sério conflito no casamento, se sentia obrigada a aceitar, afinal, não queria ter um filho não desejado pelo marido. Um dia ela saiu do trabalho e parou sozinha em uma cafeteria para tomar um cappuccino. Inesperadamente apareceu uma amiga que não via há tempos, acompanhada de um rapaz.
Começaram a conversar e Nádia os convidou para sentarem com ela. Descobriu que o tal rapaz se chamava Beto e ele e Lia eram colegas de trabalho. Ficaram conversando longamente, afinal, ela não tinha horário, Norton mais uma vez estava viajando.
Logo no início da conversa com Beto, Nádia sentiu algo estranho. Algo que nunca tinha sentido. Como se fosse um “clique”. Nem ela mesma entendeu pois nunca tinha sentido isso antes e jamais acreditou em “amor a primeira vista”.
A conversa entre o trio foi longe e acabaram descobrindo que frequentavam vários lugares em comum, e que sabe lá o porquê, nunca tinham se encontrado. Neste dia mesmo os três marcaram um outro encontro. E outro. E outro. Beto era extremamente inteligente e educado e Nádia foi se sentindo seduzida por estas qualidades.
Em uma das saídas do trio, Lia precisou sair mais cedo e ficaram Nadia e Beto sozinhos. Foi engraçado pois, como um casal de adolescentes, eles se atracaram. Estavam perdidamente apaixonados mas estavam tentando disfarçar esta paixão por todos estes longos 3 meses.
Nádia descobriu que não queria mais continuar casada com Norton. Esperou ele chegar de viagem e pediu a separação. Ele retrucou dizendo que não era justo, já que ele estava construindo o futuro deles.
Ela respondeu dizendo que enquanto ele construía o futuro, ela queria viver o presente. E que a vida não acontece em capítulos.
Flávia Oleare é advogada civilista, especialista em direito de família e sócia da Oleare e Torezani Advocacia e Consultoria.