Divórcio dói. É uma dor na alma. Às vezes é sentida até fisicamente. O coração arde. É o desfecho de um sonho. De um projeto de vida. Mesmo para quem decide, não é fácil. Mesmo quando ambos decidem junto, é difícil.
Afinal, em regra, não era a finalização pretendida quando, tempos atrás, decidiram pelo casamento. Trata-se do reconhecimento de que aquilo no qual se investiu tempo, emoções e vida não tem mais como continuar.
Sim, indiscutível que há pessoas mais desapegadas, que trocam de parceiro ou de casamento como se fosse algo “descartável”. Mas para a grande maioria que não é assim e realmente se dedicou ao relacionamento, inevitavelmente há um período de luto para elaborar essa perda.
Felizmente, sabemos, as pessoas se reinventam, descobrem novos motivos para serem felizes, e em grande parte das vezes, reconhecem que foi o melhor. Afinal, viver com alguém em desarmonia é muito pior do que viver sozinho, sem um parceiro. Sentir-se só tendo alguém é uma solidão que machuca muito.
Mas em regra, depois de um tempo, quando a pessoa se descobre livre daquele luto, há uma grande sensação de alívio. A pessoa redescobre o amor-próprio, por vezes relegado a último plano durante os anos de relacionamento. Não são poucos os casais que atendo e que encontro tempos depois, felizes com a nova vida.
É chavão mas é a verdade… TUDO PASSA. E essa dor também vai passar.
Flávia Oleare é advogada civilista, especialista em direito de família e sucessões. É membro da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/ES. Sócia do escritório Oleare e Torezani Advocacia e Consultoria.