Por Equipe RPMontes
Cavalgar é uma atividade saudável e desafiadora, e muitas pessoas buscam o contato com o cavalo por lazer ou esporte. A Polícia Militar do Espírito Santo, por meio do Regimento de Polícia Montada (RPMont), unidade responsável pelo policiamento montado em todo o Estado, vai além: oferece o serviço de equoterapia para a comunidade capixaba.
O projeto existe há 25 anos e em 2021 firmou uma parceria com a Associação dos Amigos dos Autistas (AMAES), permitindo a ampliação das vagas por meio de cessão de profissionais para a equipe multidisciplinar de atendimento.
A equoterapia é um método terapêutico que se vale das características do cavalo para promover ganhos aos seus praticantes, por meio do movimento que o animal oferece, se valendo ainda do ambiente no qual está inserido e as relações criadas entre o praticante, cavalo e os profissionais que conduzem a terapia. A equipe multidisciplinar potencializa os ganhos com sessões individualizadas e planejadas para cada diagnóstico.
A equoterapia é mais conhecida no Brasil pelos resultados que são observados no aspecto motor, pois o cavalo tem o passo muito semelhante ao do ser humano, promovendo estímulos repassados à pessoa que está montada. Porém o método permite outras possibilidades, como o fortalecimento de vínculos, estímulo à independência e auxílio no aprendizado de novos conteúdos e regras, sendo uma ótima indicação para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), como terapia principal ou complementar.
A busca pela equoterapia por pessoas com TEA é responsável por boa parte das solicitações para ingressar no programa social, que atualmente destina 25 vagas exclusivas para tal encaminhamento. A pessoa com TEA é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais, conforme a Lei12764/12, porém devemos sempre ressaltar que o TEA não é uma doença, e sim uma condição, e o serviço público deve contribuir para que esses indivíduos tenham assegurado o pleno exercício de seus direitos na sociedade.
“É uma terapia relativamente cara, que ainda não é contemplada pelo serviço único de saúde (SUS), mas é tradição em nosso país a participação da cavalaria em iniciativas semelhantes, e a nossa briosa Polícia Militar não foge à regra, disponibilizando os recursos e profissionais capacitados, de forma totalmente filantrópica”, ressalta o tenente-coronel Giuliano Menegatti, comandante do RPMont.
São vários os benefícios registrados ao longo da terapia. Maria da Penha Santuzzi, mãe de Arthur, que é atendido pela equoterapia e pela AMAES, afirma que a equoterapia ajudou o filho a organizar o raciocínio, ao lidar com um animal de grande porte. “Ele ficou mais calmo, gosta das atividades e dos cavalos. Está melhorando significativamente a postura”.
O projeto de Equoterapia da PMES, com parcerias como a da AMAES, é uma estrela guia para os praticantes atendidos, como descreve parte da letra da canção da cavalaria, pois as pessoas com TEA têm direito a serem independentes. E a cavalo podem ir mais longe!