A importância do pai para o desenvolvimento do filho autista

 

Descobrimos o Transtorno do Espectro Autista em meu filho quando ele tinha pouco mais de um ano de vida. Este, abriu para mim um campo enorme de conhecimentos, aprendizados e experiências que eu não imaginei naquele momento.

Os primeiros impactos do diagnóstico têm o efeito de uma bomba em nossas cabeças e em nossas emoções. Isto é relatado constantemente por vários pais de pessoas autistas . Hoje, percebo que esse efeito é fruto da falta de informação a respeito do que é o TEA.

De siderúrgico a estudante do autismo, educação inclusiva e comportamento. Foi o caminho que resolvi fazer para entender melhor o transtorno do Emanuel, hoje com seis anos de idade.
Eu e minha esposa Vânia, não aceitamos a primeira avaliação médica de nosso filho, pois indicava que ele não teria condição de desenvolver relações sociais com outras pessoas e que teria limitações. Passamos a pesquisar mais e buscar informações para nos capacitar no cuidado que ele precisava.

 

 

Concluí a primeira pós-graduação em “Autismo: inclusão escolar e social” e hoje faço especialização em “Intervenção Aba para autismo”, e em “Psicomotricidade e movimento”. Estes cursos também me torna apto para ajudar outras pessoas autistas.

Karateca desde os 14 anos, sempre pratiquei o esporte sem muita intenção de fazer dele mais do que um hobby e foi só por conta dos estudos que percebi o quanto poderia usar o esporte para incluir e ajudar no desenvolvimento do meu filho. Então, há cerca de um ano eu lancei junto com o meu sensei, Nilson de Carvalho, o projeto Karatê Inclusivo, na academia Butoku-kai.

Quando levei o Emanuel para o tatame vi o quanto melhorou a sua socialização, concentração, coordenação motora e equilíbrio físico e emocional. Percebi que precisávamos expandir a abordagem para outras crianças. Hoje, uso o espaço da academia para apoiar as famílias a entenderem melhor os seus filhos autistas. Atualmente, acompanho voluntariamente um grupo de crianças da Associação dos Amigos dos Autistas (Amaes) em aulas semanais e outros pais têm procurado o projeto.

Vejo muitos deles dizendo que não acreditam que seu filho autista irá conseguir evoluir e desempenhar algumas atividades. O transtorno não pode se tornar uma limitação para o autista, que pode desenvolver seu potencial em todas áreas que quiser se receber o investimento e a atenção de quem o ama.

Por Wellington Silva, pai de Emanuel Lima da Conceição Silva (autista), fundador do Projeto Karatê Inclusivo.

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