Desde que a ONU criou o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 1972, todo 5 de junho é marcado por uma maior sensibilização e fomento à proteção da natureza.
A ideia começou na Conferência de Estocolmo, que reuniu mais de 100 países para falar sobre os impactos ambientais através de uma visão mais globalizada.
De lá para cá, a jornada tem sido tanto sobre as conquistas quanto sobre as lacunas. Podemos dizer que nunca houve tanta consciência ambiental quanto nos dias atuais, mas, ao mesmo tempo, o relógio do clima continuou implacável, a contar.
Neste percurso, fomos pegos de surpresa várias vezes pelas consequências climáticas e sociais de nossas práticas.
Passadas mais de cinco décadas, temos metas ambiciosas e declarações robustas, mas ainda nos decepcionamos quanto às ações.
Nesse sentido, o Espírito Santo dará uma grande contribuição ao debate sobre sustentabilidade e as práticas ESG. De 24 a 28 de junho, o Pavilhão de Carapina será o palco do Sustentabilidade Brasil, conferência que vai viabilizar a troca de conhecimento entre especialistas, negócios, poder público, academia e organizações sociais.
O evento gratuito será uma excelente oportunidade para aprender, trocar experiências com outros profissionais da área e descobrir novas tecnologias e metodologias que podem ajudar no desenvolvimento de um modelo de negócio e de um mundo mais sustentável.
Sem que sejam proporcionais às demandas atuais e conectem-se aos Direitos Humanos, a necessidade de resiliência climática – preparar-se, responder e adaptar-se a eventos climáticos extremos para minimizar danos e recuperar-se mais rapidamente – vai se tornar uma realidade cada vez mais presente e demandará grande parte dos nossos esforços e recursos.
Nesse sentido, é essencial expandir o debate, por meio da inclusão e da diversidade, para que possamos não só agir eficientemente em prol do futuro, mas também promover a reparação dos danos passados, que, não podemos negar, continuam a gerar impactos. Assim, poderemos falar de resiliência climática a todos.
Contudo, não quero soar somente alarmista. Engana-se quem pensa que ações, inovações e revoluções não estão sendo materializadas em meio ao debate.
Há bastante tempo, esses têm sido os principais deveres de casa de diversas comunidades, organizações e ativistas ao redor do mundo. Eles sabem que, sem o debate, a ação é burra, e sem a ação, o debate torna-se completamente frustrante.
Bem-vindo a 2024, quando se entende que a sustentabilidade demanda estratégias de inclusão, diversidade, justiça climática e direitos humanos.
Esperamos alcançar um modelo que vise tanto à proteção ambiental quanto ao progresso econômico e social, assegurando um futuro mais resiliente para todas as comunidades ao redor do mundo.
Mariana Klein
Sócia-diretora e consultora ESG na KICk. Integra a curadoria técnica do evento Sustentabilidade Brasil. É especialista em Direitos Humanos e mestranda em Ciências Sociais