A qualidade de todo sistema educacional é resultado da combinação de diversos fatores. Formação inicial e continuada de professores, disponibilização de material estruturado, realização periódica de avaliações, compartilhamento de boas práticas e monitoramento constante das políticas implementadas são alguns exemplos.
O peso desses fatores pode variar conforme o contexto de cada sistema, seus desafios, a agenda do governo e a disponibilidade técnica ou mesmo financeira.
O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado pelo Ministério da Educação, colocou o Espírito Santo, mais uma vez, entre as melhores redes de ensino do país.
Sem excluir outros aspectos que tornaram possível esse resultado positivo, dois fatores se destacaram na conquista da rede estadual: o ensino em tempo integral e a formação profissional e técnica.
Gostaria de compartilhar com o leitor alguns números a respeito dessas duas políticas de destaque no governo Renato Casagrande.
Quando assumi a Secretaria de Estado da Educação, em 2019, a rede pública do Espírito Santo contava com 32 escolas em tempo integral (ETI).
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Elas funcionavam em turno único, de 9h30. Apenas em uma unidade, localizada em Anchieta, era ofertada educação profissional e tecnológica (EPT).
Essas escolas recebiam altos investimentos e, em contrapartida, tinham baixa ocupação, resultando em um alto custo por aluno/vaga.
Identificar as razões para isso e alterar esse cenário, visando à expansão da oferta em tempo integral, logo se tornou nosso objetivo.
Achados de uma pesquisa do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) trouxeram algumas evidências importantes, sobretudo em relação ao desejo dos jovens de cursar um ensino médio integrado à EPT.
Pesquisas internas realizadas com os ingressantes em 2019 apontaram na mesma direção. Por isso, iniciamos um processo de diversificação do modelo de tempo integral estabelecido até então, priorizando a oferta de EPT.
Os números falam por si mesmos. A rede de ETI aumentou quase 500%, saltando de 32 para 184 unidades em tempo integral. A quantidade de estudantes matriculados em ETI, hoje, já é superior à meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação.
Também conseguimos universalizar, ao nível dos municípios, a oferta em tempo integral: desde 2023, todos os municípios capixabas têm, pelo menos, uma ETI. Das 152 unidades criadas no governo Renato Casagrande, 78% ofertam ensino médio integrado à EPT.
Até 2026, vamos abrir pelo menos 48 escolas com oferta de tempo integral, a fim de cumprir o compromisso de criar 100 unidades de ETI neste governo.
O Espírito Santo tem o maior Ideb do Brasil, quando consideramos toda a oferta da rede estadual, incluindo as escolas com EPT, onde já temos quase 1/3 das nossas matrículas do ensino médio.
Dados produzidos pelos Institutos Natura e Sonho Grande, apoiadores da nossa rede, mostram que o Ideb das escolas em tempo integral é maior que o resultado obtido pelas unidades com oferta em tempo parcial.
Isso se deve, naturalmente, a uma jornada ampliada, com mais tempo de exposição dos estudantes a situações de aprendizagem, e também a uma metodologia própria, com resultados positivos na melhoria da proficiência dos nossos alunos.
Em síntese, o que os números acima indicam é que a rede estadual do Espírito Santo está no caminho certo.
Quando observamos o resultado do Ideb, percebemos que as políticas implementadas a partir de 2019 foram acertadas. Isso não significa que todos os desafios foram superados, muito pelo contrário.
Até mesmo porque o sistema educacional também é formado por fatores que, segundo afirmei no início, podem ter um peso diferente neste novo contexto que se inicia, inclusive para impulsionar o que até aqui nos garantiu os avanços colhidos pelo Espírito Santo.
Vitor de Angelo
Secretário de Estado da Educação
Boa noite,
Tanto investimento, gostaria de saber porque o estado não fornece uniforme para os alunos do ensino médio?
Cada camisa custa R$ 50,00 e o Jaleco R$ 100,00 (curso Técnico).
A prefeitura sempre forneceu uniforme,
Concordo plenamente de que alguns fatores contribuiram para esse resultado na educação do Espírito Santo, especialmente investir na formação inicial e continuada dos profissionais e, além desses, o investimento em material físico de apoio. A oferta de uma formação completa que atenda ao mercado de trabalho para nossos jovens é essencial. Agora, o desafio é manter esse foco para alcançar o objetivo não só pensando em 2026 mas também em 2030, e muito mais.
O que falta é valorizar o professor ativos e inativos porque os inativos deram muito de si e os. da ativa continua fazendo o mesmo.Vamos valorizar essa profissão que formam todas as outras profissões.