Lucio Dalla Bernardina
SINDIFER
Lúcio Dalla Bernardina é casado e pai de quatro filhos. Atua há pelo menos 35 anos no meio sindical e é o principal acionista e diretor-superintendente da Metalosa, empresa localizada em Colatina que produz equipamentos que utilizam aço na sua matéria-prima e atendem, especialmente, ao setor da construção civil.
O que é ser líder e o que é preciso para se tornar um?
Acredito que um líder seja um sujeito virtuoso. De acordo com Maquiavel, em “O Príncipe”, a virtude é o conjunto de competências que servem ao príncipe para se relacionar com a sorte, isto é, com os eventos externos. A virtude é uma união de energia e inteligência. O príncipe deve ser inteligente, mas também eficaz e enérgico. A sorte é uma representação da oportunidade. Então, estar bem preparado para aproveitar cada oportunidade é o que diferencia um líder de um chefe.
Qual é o papel do líder para os liderados e para o bom andamento da organização?
O principal papel do líder é fazer com que a organização funcione apesar dele ou independentemente dele. Um líder nato não pode ter receio de delegar funções e cobrar resultados.
O que torna um líder melhor? Como evoluir na liderança?
Aqui as características dadas por Maquiavel evoluem para qualificação e experiência, que são capazes de fazer com que o líder esteja em evolução o tempo inteiro. A capacitação deve ser constante, porque estamos em um tempo em que tudo muda rapidamente.
O que te transformou em um líder reconhecido não só pelos liderados, mas pela sociedade em geral?
Não me considero um líder, mas coloco em prática as características que citei nas perguntas anteriores, e isso talvez tenha feito com que as pessoas me reconhecessem como um líder
Qual é o seu estilo de liderança e por que o adota?
Uma das qualidades que tenho é que ajo com responsabilidade. Ouço muito, falo o suficiente, procuro agir nos momentos mais adequados e busco agregar ideias. Todo líder deve ter determinação, obstinação e paciência. Esse é o meu estilo de liderança, e eu o adoto porque tem dado certo para mim, tanto no ramo empresarial quanto no associativismo.
O que te move, o que te inspira e o que te indigna?
O que me move é procurar estar à frente pela diminuição do controle do Estado sobre o indivíduo. O que me inspira é deixar um grande legado para os meus descendentes e a sociedade. E o que me indigna são os falsos líderes, principalmente na área do associativismo, ou seja, indivíduos que só almejam autopromoção e ascensão social.
Qual é o papel do líder nestes tempos de crise de representatividade que temos vivido?
O papel do líder hoje é moral, antes de tudo. As pessoas admiram um líder pela postura dele ante as adversidades, pelo relacionamento com os seus comandados e com os seus pares. Quando as pessoas veem no líder a imagem do que elas imaginam que seriam caso alçassem aquela posição, aí elas passam a admirá-lo.