Diante de um cenário de competitividade nacional e internacional, o Espírito Santo, segundo estado mais industrializado do Brasil, destaca-se com grandes oportunidades, porém grandes desafios. De acordo com o ranking de competitividade dos estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública em parceria com a The Economist, o Espírito Santo está acima da média nacional em grande parte dos indicadores, como “Infraestrutura”, “Capital humano”, “Educação” e “Sustentabilidade ambiental e social”. Entretanto no indicador “Inovação”, os capixabas ocupam apenas a 14ª posição.
Inovação é palavra de ordem para tornar as empresas mais competitivas em um mercado cada vez mais moderno e disputado. O tema está em alta com a utilização cada vez maior de tecnologia nos processos de produção, e não se fala em outra coisa: inovação nas empresas. Um termo frequente, mas que na prática ainda requer mais esforço em várias dimensões para que os resultados possam ser alcançados.
Embora no imaginário popular a inovação esteja atrelada à tecnologia da informação, há um universo de possibilidades sendo desenvolvidas para ampliar a produtividade da indústria. A incorporação de sistemas inteligentes, capazes de analisar dados em tempo real e auxiliar gestores na tomada de decisões, com simulação de cenários e identificação de desperdícios, caracteriza apenas uma das tecnologias da chamada indústria 4.0.
Diante de tantos desafios, o Senai investiu R$ 1,5 bilhão para implantação de institutos de inovação e tecnologia em todo o Brasil. Com uma infraestrutura de laboratórios capazes de realizar ensaios e desenvolver pesquisas aplicadas, os institutos reúnem profissionais para apoiar a inovação de produtos e processos, com foco em saltos expressivos de competitividade e no acesso a novos mercados. Os métodos tratam da adequação tecnológica de produtos até o design de embalagens e o desenvolvimento de novos materiais, com características e desempenho diferenciados.
Outra iniciativa importante, desenvolvida com o objetivo de transformar a economia do estado por meio da inovação e atender demandas reais da indústria capixaba, estimulando o desenvolvimento, a atração de investimentos e a geração de oportunidades no Espírito Santo, foi o lançamento da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).
Os empreendedores capixabas ganharam um fundo que vai disponibilizar, nos próximos dois anos, R$ 80 milhões para financiamento de projetos. A MCI está focada no alinhamento das iniciativas de inovação promovidas por diferentes organizações, formando um ecossistema de inovação com estudantes, empresários e empreendedores na busca constante de novos negócios.
O recém-inaugurado ModaLab também vem apoiar essa demanda, com um laboratório aberto de design, que tem como objetivos desenvolver a indústria de vestuário e estimular a inovação e a geração de novas oportunidades para o setor de moda no Espírito Santo. O ModaLab é o segundo laboratório aberto inaugurado no Senai/ES, atuando de forma complementar ao laboratório do Instituto Senai de Tecnologia, da unidade Beira-Mar.
Com esse suporte, espera-se ampliar o número de empresas com inovações com alto potencial econômico, atraindo investimento e projetando as empresas capixabas nacional e internacionalmente.
Mateus de Freitas
Especialista em educação e inovação, superintendente do Sesi/ES e diretor regional do Senai/ES