Gestão ética de dados é primordial para o setor de shopping centers

Raphael Brotto é coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e diretor-geral do Shopping Vitória. Foto: Shopping Vitória/Divulgação

Os constantes avanços tecnológicos e digitais impõem a todos nós uma série de desafios. No aspecto positivo, ganhamos cada vez mais recursos para trabalhar, se entreter, comunicar, cuidar da saúde.

Do outro lado, aumentam a preocupação e a nossa responsabilidade para um uso ético e sustentável da tecnologia no dia a dia.

No segmento de shopping centers, a inovação já faz parte do universo dos clientes, que contam com tecnologias de realidade aumentada para recreação, terminais de autoatendimento, aplicativos para programas de relacionamento, integração de cancelas de estacionamento com serviços de tag eletrônica de pagamento, entre outros.

Trata-se de um caminho sem volta e com uma demanda crescente para a incorporação de novos serviços, como o recurso de geolocalização, permitindo que o cliente estabeleça sua jornada dentro do mall por meio do celular, onde consta todas as lojas disponíveis no empreendimento, facilitando a sua localização. Uma realidade acessível e disponível em diversos shoppings centers do Brasil.

São aparatos que demandam não só investimentos, mas também uma maturidade do empreendimento com relação à manipulação, processamento e armazenamento de dados de toda a cadeia envolvida no desenvolvimento e na navegabilidade dos usuários em cada uma dessas plataformas tecnológicas.

Milhares de dados são recebidos diariamente nos pontos de atendimento ao cliente, além de ativações de campanhas promocionais, entre outros meios de coleta de dados de consumidores em atividades de lazer e compras no mall.

Estrutura segura para o tratamento de dados

Mais do que aplicar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que determina importantes diretrizes, há o desafio de criar uma estrutura segura para o tratamento de dados.

Essa atenção à transparência e a gestão ética dos dados tem ganhado cada vez mais destaque entre os shoppings centers que buscam um alinhamento com a agenda ESG – sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança.

A digitalização dos processos com o uso da Inteligência Artificial (AI) também ganhou velocidade no setor.

São dashboards que reúnem informações de diferentes áreas e permitem a formação de análises gerenciais, indicadores de negócio, operacionais e financeiros, além da oportunidade de entender o cliente para uma entrega de conteúdos, serviços e produtos cada vez mais personalizados.

Há muito para ser desbravado no campo da tecnologia em shopping centers, com o desenvolvimento de novos softwares, inteligência artificial e tantas outras soluções inovadoras. No entanto, não podemos perder a perspectiva da segurança.

De acordo com a pesquisa “Voz do Consumidor”, da PwC – uma das maiores empresas de auditoria, consultoria tributária e societária do mundo – 90% dos brasileiros entrevistados relacionaram a proteção de seus dados pessoais a um dos fatores mais importantes para a conquista da sua confiança.

O desafio do setor é criar mecanismos que garantam o uso inteligente da tecnologia, agregando valor para os nossos clientes e bem-estar coletivo.

Atento à nova demanda de consumo, os shopping centers vêm demonstrando preocupação com a proteção e segurança de dados com certificações.

É o que o consumidor espera de todos nós e se tornará um diferencial competitivo para os shoppings.

Raphael Brotto

Coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e diretor-geral do Shopping Vitória

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