Marcas vivem de relacionamentos duradouros, de experiências positivas, encantamento e admiração, proporcionados pelos mais diversos encontros entre consumidores e produtos e serviços, promovidos e intermediados por pessoas. À medida que os pontos de convergência se intensificam e necessidades, expectativas e desejos são saciados, os relacionamentos se fazem mais plenos.
Sob os sintomas do ambiente econômico atual, o cliente tem estado em recolhimento, lá na torre do castelo e não sairá de lá tão cedo para consumir, se a marca não se lançar em seu resgate. Enquanto ali permanece, ele ainda guarda recordações dos bons tempos de relacionamento intenso com suas marcas prediletas. Tempos em que a comunicação entre eles fluía com naturalidade, sem nenhuma interrupção.
Existe um dragão lá fora para ser combatido e um cliente para ser despertado do sono profundo. Reduzir os esforços para chegar até ele não é uma opção para quem deseja prosperar, afinal, uma relação bem construída não deve ser esquecida da noite para o dia. É hora das empresas e marcas adotarem uma atitude de heróico resgate dos seus clientes.
É tempo de acolher e mostrar que, ainda que o seu consumo tenha diminuído, ele ainda é respeitado, querido e continua sendo uma peça importante dessa história. A hora não é de virar as costas para o cliente, cortar a comunicação, adiar possibilidades de encontro, mesmo que ele esteja arredio e inseguro nas decisões de compra. Se o cliente está recluso, cabe às empresas tomar a iniciativa, proporcionar experiências de marca e criar oportunidades de vendas e fidelização.
A estratégia para virar o jogo é promover encontros com o cliente, gerar oportunidades de mostrar a importância que ele tem, fazendo-se restabelecer laços de admiração e respeito, tirando-o do isolamento. A hora da verdade com o consumidor deve ser idealizada e customizada de acordo com necessidades específicas, para que esse encontro tête-à-tête represente um momento verdadeiramente especial. Um evento que resgate os bons tempos do relacionamento, que ative a memória afetiva.
Para trazer o cliente de volta, é preciso proporcionar encontros presenciais com abordagens relevantes do produto, estabelecer um diálogo aberto e transparente, cheio de vivências enriquecedoras e conteúdos de qualidade. Se o cliente está sumido, não significa que ele deixou de gostar da marca. Clientes reclusos e empresas igualmente reclusas formam uma combinação desastrosa. Se o atual contexto político e econômico esfriou a relação é hora de tomar a iniciativa e buscar o cliente para um encontro inesquecível. Ele pode estar apenas esperando por isso.
Aurelice Aguiar, jornalista e diretora da Crossmedia Comunicação