Tirar uma ideia do papel e transformá-la em um negócio viável demanda não apenas planejamento e dedicação, mas também uma injeção substancial de capital. Afinal, as despesas operacionais e administrativas de uma nova empresa podem ser grandes.
Por essa razão, vem a ser tão importante a participação de investidores dentro de todo esse processo. Os recursos aplicados viabilizam as atividades empreendedoras, possibilitando o aparecimento de novas empresas que irão satisfazer as demandas futuras do mercado.
As startups, assim identificadas, são um ótimo exemplo disso, pois são empresas emergentes que apresentam um grande potencial, mas que ainda necessitam de capital de investidores para operar em média e larga escala.
Dentro desse panorama, surgiram inúmeras modalidades de investimento em empresas emergentes, existindo diversos tipos de startups e rodadas de investimento, sendo possível encontrar o melhor modelo de aporte financeiro que seja vantajoso para os dois lados.
Panorama do investimento em startups no Brasil
As startups brasileiras receberam um total de US$9,4 bilhões em investimentos no ano de 2021, o número é 2,5 vezes maior que o investido em 2020 e, ao todo, foram 779 transações envolvendo aportes em startups.
Em seu mês de dezembro, os investimentos foram de US$550 milhões, com 46 rodadas de aportes. Em 2022, entretanto, os números não foram muito animadores. Houve um encolhimento no número de investimentos, sobretudo os relacionados à Venture Capital.
O cenário esperado é que as startups consigam retomar o patamar de 2021 ainda esse ano, pois existem previsões de grandes investimentos, principalmente no setor da tecnologia, que podem beneficiar as empresas emergentes no setor.
Hoje, serviços como os de Fintechs, (startups que unem atividades financeiras com a tecnologia) atraem muitos recursos de investidores do exterior. O mesmo ocorre com outros mercados, como startups do ramo de aposta esportiva, por exemplo.
Esse segmento opera no Brasil por meio de uma aprovação relacionada às apostas de quota fixa, efetivada ainda em 2018 pelo governo, trazendo até então gigantes internacionais para promover seus serviços no esporte, mas também dando a luz a novas empresas que aguardam concessões governamentais como a Pixbet criada pelo brasileiro Ernildo Júnior Farias e a F12.bet criada pelo ex-jogador de futsal Falcão. Hoje, ambas as marcas são relevantes no meio.
Empresas de outros setores fora do mercado financeiro ou de aposta também tiveram um grande boom, como o de aplicativo de viagens, entrando nessa a Buser criada por Marcelo Abritta, por exemplo.
Há também empresas do setor alimentício, como a Fazenda do Futuro, fundada por Marcos Leta e Alfredo Strechinsky. Ambas citadas estão sendo visadas por muitos como possíveis novas “unicórnios” (identificação dada a novas empresas avaliadas por mais de 1 bilhão de dólares) dentre as startups brasileiras.
Principais tipos de investimento em startups
Listamos abaixo os principais tipos de investimento em empresas emergentes, assim como todas as informações pertinentes sobre cada modalidade. Confira:
Investidor-Anjo
O investidor-anjo é o investidor que aplica o próprio patrimônio em empresas e startups que estão em fase inicial (embrionárias), mas que possuem alta expectativa de crescimento e retorno financeiro.
O investimento normalmente é feito com outros investidores, em rodadas de investimento que podem chegar a montantes mais altos, variando em média de R$50 mil a R$600 mil.
Não é necessário ser milionário para apostar em uma startup como investidor-anjo. Cada investidor pode começar com valores mais baixos, como R$20 mil, o que é um valor acessível perto de outros investimentos de venture capital que estão na casa de dezenas de milhões.
Investimento Seed
O investimento seed, conhecido também como seed money, é uma modalidade de investimento semelhante ao do investidor-anjo, por ajudar empresas emergentes, mas realizado por grupos de investidores em pessoa jurídica.
Normalmente, esse tipo de investimento é aportado em empresas que já possuem produtos e serviços lançados, com certo faturamento. Nessa modalidade, os investimentos podem variar bastante de valor, em média são investidos entre R$300 mil a R$2 milhões.
Venture Capital
Nessa modalidade de Venture Capital, os investidores são mais experientes e profissionais. Eles entram com aporte financeiro para alavancar a startup e, além disso, fazem parte do modelo de negócio por meio da compra de participação acionária.
É um tipo de investimento que visa a valorização das ações para vendê-las no momento de retirada. No venture capital, o valor do investimento é superior ao investimento seed, permanecendo sempre na casa dos milhões.