Os sucessivos avanços da Medicina Veterinária têm resultado em um evidente ganho de qualidade nos cuidados dispensados aos animais de companhia, cada vez mais presentes nas famílias brasileiras. As inovações tecnológicas fazem parte desse avanço, juntamente com o aprimoramento técnico dos profissionais do setor, que buscam escolher uma área de atuação e a ela se dedicar. É nesse contexto que surge, de forma bastante clara, um interesse crescente pela medicina intensiva. Mas como funciona esse tipo de tratamento?
As unidades de tratamento intensivo recebem pacientes que chegam às clínicas em estado crítico, com dificuldade de evolução no quadro pós-internação ou ainda em recuperação de cirurgias complexas. Congregando equipes multidisciplinares, com cardiologistas, nefrologistas, cirurgiões, anestesistas, clínico geral, dentre outros, o intensivismo envolverá toda a ação preventiva nos diferentes setores de atendimento, com assistência integral e contínua do animal em seu período de internação, em busca de sua pronta recuperação e preparados para a realização de intervenções emergenciais.
Nas UTIs, o trabalho é lutar contra o tempo, como afirma o médico veterinário do SOS Hospital Veterinário 24h, Márcio de Queiroz Arantes. “Assim que o paciente crítico é admitido no serviço, é preciso definir metas e planejar o caminho para alcançá-las. É muito diferente do atendimento clínico ambulatorial e exige do profissional ainda mais sensibilidade e experiência, pois mecanismos compensatórios podem fazer com que o paciente tenha uma condição aparente que não condiz com sua saúde real”, esclarece.
É por meio da assistência 24 horas com monitorização contínua que acontecimentos futuros prejudiciais podem ser prevenidos, revertendo quadros clínicos de animais em risco de vida. Há alguns casos específicos em que o acompanhamento intensivo poderá ser indicado, como quadros de insuficiência respiratória, controle de dor pós-traumas, estabilização de doenças metabólicas, indução de coma, controle de estado epilético, acompanhamento de pacientes terminais, dentre vários outros. É importante que, em todos os casos de internação, o tutor adote uma postura otimista e compreensiva às restrições necessárias durante o tratamento, visando a rápida recuperação dos pets. Trata-se de um momento delicado para todos, mas extremamente importante para que a saúde se recupere.