Durante a pandemia, a necessidade de fazer o isolamento e se reinventar dentro do próprio lar fez crescer a procura por casas mais espaçosas. Ter um quintal, uma varanda ou até mesmo uma área de lazer privativa, virou uma alternativa de liberdade. Mas se você se acha que essa é uma sensação exclusiva de quem mora nesse tipo de residência, se engana. Se não dá para realizar o sonho de trocar de imóvel é possível, sim, deixar o apartamento com cara de casa, até mesmo os mais compactos.
Foi exatamente isso que a arquiteta Mariana Lofêgo fez nesse apartamento de dois quartos, com apenas 65 metros quadrados, na Praia da Costa, em Vila Velha.
“Essa é uma das coisas que mais gosto de fazer nos meus projetos, levar esse ar de casa para dentro dos apartamentos. Isso faz com que as pessoas se sintam mais confortáveis, mais aconchegantes, se sintam melhor, por conta de alguns detalhes, com o uso de alguns materiais, vegetação, o uso da madeira… Tudo isso traz um certo aconchego”, disse a arquiteta.
O primeiro passo da profissional neste projeto foi a integração dos espaços: cozinha, sala e varanda gourmet. A retirada de algumas paredes e a união dos ambientes proporcionou mais amplitude. No caso deste apartamento que pertence a jovens recém-casados, sem filhos, houve ainda a integração de um cômodo a mais. O imóvel que tinha dois quartos, passou a ter apenas um. Dessa forma a sala ficou ainda mais espaçosa, com maior circulação.
Outro artifício de Mariana para imprimir a sensação de casa foi incluir revestimentos com toque mais natural. No piso a arquiteta optou pelo porcelanato que remete ao cimento queimado. Na parede da TV, uma composição de tijolos quadrados e textura. E o ponto de destaque ficou para os dois pilares existentes na sala. Camuflar? Que nada! Com a forte tendência do concreto aparente, Mariana não pensou das vezes e os ressaltou no projeto.
Já no mobiliário, a dica da arquiteta é: menos móveis fixos e mais móveis soltos. Mariana destacou a importância de ter sim marcenaria, ainda mais se tratando de um apartamento compacto e ter o melhor aproveitamento de espaço, com móveis sob medida. Mas é a mobília solta que dá esse ar de casa. Nessas horas a arquiteta ainda indica incluir peças de memória afetiva, móveis de herança. “Isso traz aquele ar, aquela gostosa lembrança de casa de vó”, disse Mariana.
Já na cozinha, lembra das casas de antigamente? Ao invés de fechar tudo com marcenaria, aposte nas prateleiras. Mariana investiu nessa proposta na parte superior da bancada da pia e ainda criou uma estante auxiliar em metalon.
Uma das gostosas sensações que a casa nos proporciona é ter contato com o jardim, com áreas externas. Então, explore sem medo, o verde da natureza dentro do apartamento. No projeto a arquiteta utilizou plantas naturais e de fácil manutenção, como a ravenala e o cacto.
E para dar aquele toque final de “ar de casa” no apartamento, a profissional ainda apostou em elementos pessoais do casal. Em qualquer outro apartamento as pranchas do marido e a bicicleta da esposa provavelmente estariam escondidos na dispensa. Mas nesse projeto não! Logo na entrada a gente se depara com uma coleção de pranchas e mais adiante a bicicleta nos fundos do sofá! Além de dar um toque mais leve, de uma casa, os elementos imprimiram a personalidade dos proprietários!
E aí depois dessas dicas, que tal dar este toque de leveza na decoração da sua casa?
Eu gostaria de ver uma proposta dessa em larga escala… uma forma padrão ou um protocolo específico para tratar pequenos ambientes
Adoramos a sugestão! Obrigada!