CASA COR ES 2022 – Sala de Música Natuzzi é um convite à imersão da poesia e da arte.

Foto: Camila Santos

O ambiente Sala de Música Natuzzi assinado pelas arquitetas Roberta Toledo, Juliana Vervloet Amaral e Manu Delboni da Casa Cor 2022 está submerso em uma potente e democrática forma de expressão: a música. Uma sala onde a música invade todos os poros do couro do sofá, as tramas do tapete, as paredes vibram em sintonia com as melodias, obras de arte interagem com os sons produzidos dissipando cantos silenciosos.

Para projetar o ambiente, as profissionais do escritório Arquitetura 27 lançaram a seguinte pergunta: 

o que buscamos intimamente encontrar dentro dos ambientes nos quais convivemos diariamente? 

A conexão com nossa música, nosso ritmo, com os sons que nos representam, imagens que contam nossas histórias e resgatam nossas memórias, ajudam-nos a construir o que queremos ser. Livros, jogos, discos, instrumentos musicais, elementos que, junto ao mobiliário fluido e eclético, permitem as mais diversas formas de deitar, sentar, esticar as pernas, ler, observar, emergir dentro do infinito singular que nos faz únicos na existência. 

Foto: Camila Santos

As arquitetas respeitaram o formato original da sala do Forte São Francisco Xavier (1535), um arco de círculo que desde a primeira visita técnica, sentiram acolhimento, um abraço através da forma. De um lado temos uma estante piso-teto em MDF Jacarandá da Placas do Brasil e do outro um banco baixo feito em pedra com acabamento escovado, criando um xadrez de quartzito Damask e de cristal Cristallo da PBA Stone. Pretende-se desta forma, criar equilíbrio, como a vida exige, num eterno. 

Foto: Camila Santos

A valorização da icônica vista para a Terceira Ponte foi um norteador para elaborar o espaço.

No centro da sala, o sofá Immenso da Natuzzi, assinado pelo Studio de design Lattoog foi escolhido exatamente pelas suas curvas e saliências evocando a fluidez das relações e atividades múltiplas das pessoas. Os mecanismos articulados exclusivos da Natuzzi são reconhecidos por promover a ergonomia perfeita um convite ao relaxamento. 

O grande tapete desenhado pelo  Estúdio A27 une todas estas possibilidades de uso, quase como uma brincadeira de roda, onde todos são tão necessários e importantes para a ciranda não parar. Com formas fluídas como as águas do mar, o tapete é artesanal, feito à mão fio a fio e reciclando redes de pesca recolhidas no fundo do mar, transformando em nylon virgem o que aumenta sua durabilidade.  

Foto: Camila Santos

A poltrona Wally, também da Natuzzi, complementa o diálogo do entorno com suas formas suaves e arredondadas, são extremamente confortáveis e elegantes. Neste mar de possibilidades, podemos sentar, deitar, dormir, relaxar, comer, beber, dançar, jogar, namorar, reclamar, chorar, conjugar muitos verbos. Os pufs submergem de forma majestosa, como rochas saindo do mar, um reflexo da paisagem do entorno e assumem sua tridimensionalidade apreciando o piano que não para de tocar. 

 

A mesa de memórias foi desenhada pelas profissionais para criar um encontro inesquecível entre música e imagens afetivas que são projetadas de dentro da mesa para o céu, no caso o teto. As imagens ganham voz, e a música fica ainda mais poderosa do que já é.   

 

O diferencial do espaço é a poesia que ele carrega, permitindo que as pessoas interpretem o conteúdo escondido nos pormenores. O ambiente é um reflexo da linguagem atemporal das arquitetas, mas sempre com muita personalidade. Buscam sempre que possível trabalhar com materiais como madeira, pedra e couro. Usam também obras de arte e objetos afetivos que contam histórias, colecionados ao longo do tempo. Afinal a vida é uma construção diária.

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