A construção de um novo conceito de moradia foi consolidada pelo maior evento de arquitetura e design do mundo. A reconexão com o lar e a transformação dos espaços para atender modelos híbridos se manifestou fortemente nas mais de 2.000 exposições do Salão do Móvel de Milão, que aconteceu entre os dias 7 e 12 deste mês.
A edição pós-pandemia do evento apresentou os novos espaços de vida que foram concebidas por designers e empresas do segmento ao longo dos dois últimos anos. O resultado foi peças e ambientes inovadores e originais.
A reconexão com o lar, com espaços, com pessoas, com hábitos, com o mundo… Isso já vinha sendo sentido pelas pessoas na vivência cotidiana, mais fortemente no período em que estão vivendo mais reclusas e com restrições sociais. Profissionais e marcas apresentaram estratégias bem pensadas para fortalecer este aspecto. Já não é mais a adaptação durante o processo de mudança.
Outro movimento imposto como soluções imediata pela pandemia foi a hibridização, o tornar híbrido. Mas que ainda se mantém em casos específicos para lidar com a – ainda – adaptação pós-pandemia e mais: passou a ser escolha de alguns para ser mantido daqui em diante.
Objetos e espaços tornam-se híbridos, não apenas em função e forma, mas também nos conceitos e imagens que propõem.
Como descrito pela própria organização do evento, “estamos realmente em um mundo hipermoderno, com o espaço se tornando uma solução perfeita que conecta as necessidades físicas do mundo real com as necessidades imaginativas do mundo virtual”.
“Não há mais zonas fixas, tudo se torna permeável, e onde antes nunca pensaríamos em trabalhar, atendemos ligações e participamos de reuniões”, completa.
A versatilidade das peças e a estética inspiradas no metaverso remetem ao virtual nos ambientes físicos. Cores intensas e texturas se mostram marcantes nesse sentido. Mas sem perder a preocupação ecológica, com o uso de muito material sustentável.
Números
A 60ª edição do Salão do Móvel de Milão apresentou números expressivos, confirmando o sucesso do evento que aconteceu com dois anos de “atraso”.
O Salone del Mobile contou com 2.175 exposições no pavilhão Rho, local central de realização da feita. Desse total, 27% dos expositores eram estrangeiros.
A edição ainda contou com uma forte presença jovem, com 600 designers com até 35 anos de idade que apresentaram suas criações no Salão Satélite.
Na parte de cobertura midiática, 3.500 jornalistas de todo o mundo foram credenciados para acompanhar as exposições.
Dados divulgados no domingo, 12, dia de encerramento da feira, foram registrados 262.608 visitantes de 173 países em 6 dias. Mais da metade eram operadores e compradores do setor, sendo 61% do exterior.
Nas redes sociais, 13,5 milhões de contas foram alcançadas pelos conteúdos relacionados ao Salão do Imóvel de Milão. Com as hashtags oficiais (#salonedelmobile2022 e #salonedelmobile60th), foram mais de 50 mil conteúdos publicados, 600 mil visualizações de vídeos, 120 mil interações de 25 milhões de impressões.
Este ano de 2022 marcou, além das seis décadas do Salão, 30 anos dos “Fuori Salone”, que são eventos que acontecem fora do pavilhão da feira.