Chegamos ao final do ano e, nesse período, cada um de nós sonha e deseja um futuro melhor. Se o mundo é mais complexo ou menos linear que outrora, obriga-nos a planejar ainda mais. Se queremos isso, então devemos fazer aquilo.
É uma época de escolhas que, muitas vezes, exigem sacrifícios.
Não entender essa dinâmica é deixar a esperança apenas no campo subjetivo e da “fantasia”, sem definir ações concretas. É como não fazer nada e, ainda assim, acreditar que o resultado será diferente e melhor!
É nessa lógica que o Poder Executivo e o Congresso Nacional têm trabalhado. Exemplo disso é o Orçamento do país para o próximo ano, aprovado na última semana.
Deputados e senadores escolheram manter e ampliar o que ruim já está, como as emendas do relator, chamadas popularmente de orçamento secreto, e o Fundo Eleitoral, em patamares ainda mais absurdos. Gastos que nada impactam na melhoria da qualidade de vida da população.
Pior que isso. O Congresso Nacional aprovou que o país gaste mais do que arrecada. A proposta enviada pelo Poder Executivo prevê um déficit de quase R$ 50 bilhões nas finanças do governo federal e a dívida pública deve comprometer algo em torno de 81% do PIB.
Escolhas. Erradas.
Neste cenário, apenas para rolar a dívida, a maior parte com despesas correntes e não com investimentos mais do que necessários como, por exemplo, na infraestrutura do país. O governo paga mais caro pelo dinheiro emprestado e o juros futuros sobem.
Num cenário de incertezas crescentes, as empresas correm menos riscos e a economia se retrai. As próprias companhias listadas na bolsa de valores passam a valer menos, pois quanto mais alto os juros menos interessantes são as ações, por conta da taxa de desconto.
O país como um todo empobrece e as desigualdades aumentam.
Esse ciclo assim vai permanecer enquanto os governantes não fizerem escolhas claras por cortar custos da máquina pública, via reforma administrativa, não avançarem com a reforma tributária , para desonerar a produção e não avançarem com a reforma política, para dar mais transparência ao sistema.
Uma minoria absoluta não tem mais o direito de escolher errado em nome da maioria e de subtrair de todos nós, brasileiros, o direito de sonhar e realizar um futuro melhor.