Nesta semana completam-se dois anos que a OMS, Organização Mundial da Saúde, fez o primeiro alerta de que o surto de Covid-19 era uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Dois meses depois, o surto foi caracterizado como pandemia.
Passado esse tempo, o que impressiona é que, no Brasil, as ações de combate ao vírus, atestadas pela ciência e testadas em tantos outros países, ainda sejam politizadas, dificultando o estabelecimento de políticas públicas claras e fortalecendo os discursos negacionistas que colocam risco à saúde de todos, não apenas daqueles que o professam.
Com a variante Ômicron, a onda de contágio voltou a crescer. Para os especialistas, boa parte da população abriu mão de medidas sanitárias, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos. Ou seja, aquilo que possibilitou o controle, num primeiro momento, foi abandonado, e colocamos em risco as conquistas. Aqui no Espírito Santo, o governo anunciou o fim da fase azul e a volta de municípios ao risco moderado. A retomada econômica é impactada, já que muitas empresas estão com boa parte dos colaboradores afastados, por conta de contágio.
A testagem, que permite mapear com mais objetividade a situação e definir medidas, está enredada em uma discussão entre estado e municípios, sobre de quem é a responsabilidade, e a população precisa enfrentar enormes filas, pois a demanda é maior que a oferta.
Outro ponto importante é a imunização de crianças, atrasada por ações do Governo Federal, novamente na contramão da comunidade científica.
Aliás, na semana passada, o Ministério da Saúde, que tem por obrigação coordenar as ações, deu mais uma demonstração contrária à vacinação de maneira geral. Em nota técnica, disse que as vacinas não têm comprovação da eficácia.
A informação é mentirosa.
O avanço da vacinação reduziu de forma drástica os casos graves e o número de óbitos.
O combate à pandemia ainda tem um longo percurso. Já temos a solução, que passa por seguir a orientação das autoridades sanitárias e pelo esforço de todos.