Elas estão ali. Nas calçadas, em marquises, em praças…onde possam encontrar um ponto de abrigo. O aumento do número de pessoas em situação de rua é visível e não permite abordagens simplistas.
Ponto fundamental é reduzir a tensão entre moradores de rua e parte da população, que cobra muitas vezes dos organismos municipais a remoção das pessoas sem moradia desse ou daquele local público, como se ao deixar de visualizar o problema, a questão estivesse resolvida.
Não! Sob qualquer perspectiva o ponto primordial deve ser a empatia.
A população de rua não forma um grupo homogêneo e, portanto, as propostas para mitigar o problema não devem ser únicas, mas sim, singulares, baseadas no entendimento da pluralidade de questões que levaram essas pessoas para as ruas. Ainda que na Grande Vitória haja boas iniciativas do poder público, é imprescindível um aprimoramento de ações conjuntas das prefeituras, que envolvam as áreas de saúde, trabalho, programas de moradia, apoio psicológico, tratamento ao usuários de drogas, acolhimento e, inclusive, treinamento das equipes de abordagem, pois parte das pessoas sem moradia tem nas ruas o sentido de liberdade. Convencê-las do contrário não é tarefa simples.
A população de rua é uma questão social, intensificada ainda mais desde o início da pandemia de covid. As estatísticas apontam que cerca de 1.000 pessoas vivem nas ruas da Grande Vitória.
Para além de ações implementadas pelo poder público, se faz necessária a participação de toda a sociedade civil. Cada um de nós pode e deve ajudar, afinal é uma questão humana.
Não é com o olhar da inconveniência que devemos enxergar essas pessoas, mas sim com o olhar da inconformidade, tamanha degradação social.
Moradores de rua não são invisíveis e merecem atenção e ação