É preciso não normalizar o que normal não é.
É preciso dar um basta. Resgatar a capacidade de se indignar e, mais do que isso, é preciso transformar a indignação em ações, e cobrar o funcionamento das instituições que parametrizam a convivência social.
Na semana que passou, três casos revelaram que algo vai mal, muito mal na sociedade.
Uma discussão no trânsito acabou na morte de um motoboy. Um técnico de futebol agrediu uma mulher bandeirinha. Uma criança de 7 anos morreu após ser baleada.
Para além do grau de violência envolvido em cada um desses casos, nenhum deles, em hipótese alguma, pode ser tolerado, não é aceitável.
Alguns podem dizer que aprendemos a conviver com a violência e parece fazer sentido.
Mas, é essa a questão.
Não faz sentido algum acharmos normal conviver, ou dito de outra maneira, “viver com” a brutalidade, com a falta de cuidado com o outro, com a falta de respeito às leis, que garantem, em última análise, direitos e deveres.
Portanto, sob esse mesmo raciocínio, não é aceitável fazer justiça pelas próprias mãos, ainda que aqueles que assim agem o fazem na maior parte das vezes por uma questão, justamente, de indignação.
No caso da morte da criança de 7 anos, por exemplo, houve boatos sobre quem seria o responsável. Isso foi o suficiente para um grupo de pessoas espancar uma outra, invadir e incendiar a casa do suposto criminoso.
Não é dever e não é direito!
Ao normalizarmos a violência, qualquer que seja ela, nos tornamos todos vítimas.