Aos 68 anos, Fecomércio se Renova

Entidades de classe são fundamentadas na defesa de interesses coletivos. Acontece, vez por outra, de algumas serem desvirtuadas pelo dirigente de plantão e, assim, os interesses do representante passam a ser priorizados em prejuízo aos interesses dos representados.

Decorre daí não apenas a perda de credibilidade pelo distanciamento das suas finalidades institucionais, mas, o pior, dúvidas de práticas administrativas não condizentes com a legislação.

Esses dois aspectos se agravam quando os dirigentes permanecem a frente das entidades por vários mandatos.

Exemplo disso é a Federação do Comércio do Espírito Santo. Depois de 16 anos, uma nova diretoria tomou posse. E um dos pontos principais é, justamente, garantir a rotatividade de mandatos, ou seja, se comprometer publicamente com a não reeleição.

A troca de comando da entidade acontece em meio a inúmeras mudanças no mercado produtivo, com novos modelos de negócio, além da crescente expectativa da opinião pública em termos de adoção por parte das empresas de boas práticas ambientais, sociais e de governança, o que vem sendo chamado atualmente de ESG.

Há que se pontuar que quando da fundação, capitaneada por Americo Buaiz, o objetivo era reunir os empresários em torno de uma instituição para defender os interesses coletivos e as demandas da sociedade.

A Fecomércio tem envergadura para isso. Segundo a nova diretoria, representa 70% do PIB capixaba e o setor gera 76% dos empregos formais. Além disso, conta com o Senac — Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial — e com o Sesc — Serviço Social do Comércio.
Tem, portanto, enorme responsabilidade e não pode se furtar de debater de maneira sempre coletiva e transparente.

No ano em que, se vivo estivesse, o empresário Americo Buaiz completaria 100 anos, nada melhor que passar a limpo os últimos anos e retomar o legado.

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