Quando a taxa de desemprego cai é uma boa notícia sob qualquer perspectiva. Os últimos dados, divulgados pelo IBGE, mostram que no segundo trimestre deste ano o Espírito Santo atingiu o menor patamar dos últimos três anos: 8%.
Em 2019, nesse mesmo período, a taxa era de 11%. No primeiro ano da pandemia da Covid-19 chegou a 12,6%.
A tendência de redução não é um caso isolado do Espírito Santo. O Distrito Federal e outros 21 Estados também registraram diminuição do desemprego e, nos demais cinco estados a taxa se manteve estável.
No país, o índice é de 9,3%, ou seja, o Espírito Santo ficou abaixo da média nacional e está entre as unidades da federação que mais apresentaram queda.
Se a tendência é alentadora, por outro lado as taxas ainda permanecem em patamares elevados e, ao analisarmos a distribuição do emprego pelas faixas etárias, por grau de escolaridade, por gênero e por raça os desafios são enormes.
O desemprego impacta principalmente as mulheres, a população parda e negra, os jovens e aqueles com nível de escolaridade mais baixo.
O crescimento da informalidade e a precarização do trabalho também são pontos que merecem atenção e devem estar na agenda das políticas públicas.
A mudança desse cenário passa, obrigatoriamente, por um ambiente econômico mais estável, por reformas tantas vezes adiadas como, por exemplo, o sistema tributário, que onera as empresas e desestimula, inclusive a ampliação da força de trabalho.
Por outro lado, é imprescindível que a educação e a capacitação da mão de obra estejam no rol de prioridades se desejamos que o país seja competitivo em uma economia globalizada e cada vez mais centrada na tecnologia.
Ou enfrentamos essas questões de frente, sem demagogia, sem populismo, sem falsas promessas, ou não seremos capazes de gerar empregos e absorver aqueles que hoje se encontram à margem do desenvolvimento econômico e social.