Dois importantes índices relacionados à educação foram divulgados na última semana: o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Ambos os indicadores são referentes a 2021, os primeiros após a chegada da pandemia, e revelam que Estados e municípios precisam focar esforços, o quanto antes, na melhoria da qualidade do ensino.
Um dos destaques é que mais do que dobrou a porcentagem de crianças do 2º ano do ensino fundamental que ainda não sabem ler e escrever. Desde o início da pandemia, especialistas já alertavam para os riscos da interrupção de aulas presenciais para os estudantes dessa etapa de alfabetização.
O caso da Língua Portuguesa é ainda mais preocupante se considerarmos que ela é a base para que o estudante possa exercer seus direitos como cidadão.
O Ideb, por sua vez, trouxe dados que acionam o botão de alerta no ensino do Espírito Santo, principalmente nas séries finais do fundamental (do 6º ao 9º ano). Considerando somente a rede pública, a situação é ainda pior: ficamos na 9ª posição geral. A nota fica abaixo da média nacional e do Sudeste e empata com a de alguns estados do Norte e do Nordeste do país que de modo geral vão mal no Ideb – como Piauí, Tocantins e Rondônia.
Os indicadores são fundamentais para analisar os danos da pandemia e para podermos enfrentar esses desafios agora.
Caberá ao próximo governo do Estado atuar fortemente na área da educação para compensar o déficit de aprendizagem ao longo da pandemia. Não só isso como também conter a evasão escolar, estruturar as escolas e ampliar a educação em tempo integral.
É preciso que governo federal, estados e municípios se unam para fortalecer a base de ensino em 2023, para que essas crianças recebam a ajuda necessária para superar as lacunas e ter o direito à aprendizagem garantido.