Os casos sucessivos de racismo mostram o quanto a sociedade e o Brasil ainda precisam avançar. O mais recente deles que ganhou o noticiário no Espírito Santo foi a de um homem preso após xingar dois funcionários de “macacos feios pretos”.
Eles ficaram assustadas com a postura do homem, que minutos depois voltou a atacar e disse “vou matar os gays, pretos e mulheres feias”. A fala foi repetida e outros funcionários tentaram dialogar com o indivíduo, que soltou: “mais uma macaca” e “não gosto de gente preta”. Um dia após ser preso, o homem foi liberado pela Justiça, sem necessidade de pagamento de fiança.
No Espírito Santo, ocorrências de racismo ou injúria racial apresentaram um aumento considerável em comparação ao ano passado. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que de janeiro a agosto deste ano foram registrados 92 casos de racismo ou injúria racial, sendo que neste mesmo período, em 2021, foram 60 casos.
A luta contra o racismo é uma tarefa complexa, que envolve participação de diversas áreas da sociedade. Grande parte das escolas, por exemplo, não aborda o tema com os seus alunos. A Educação tem um papel fundamental no combate ao preconceito e de todo o tipo de discriminação. As questões sobre o racismo deveriam ser parte do conteúdo curricular. Cabe a escola, pública e privada, cultivar o respeito à diversidade, o respeito aos direitos humanos e às diferenças.
O combate ao preconceito passa pela inclusão. Há muito a ser feito no país e também depende da própria sociedade reagir e evoluir.
O racismo também deve ser combatido por meio de leis e punições a agressores. Existe legislação para coibi-lo, o problema ainda é aplicá-la. As denúncias precisam ser levadas a sério e atendidas para servir de exemplo. Mas uma coisa é certa: o racismo não desaparecerá de forma espontânea. Combatê-lo deve ser uma missão de todos. Cabe aos cidadãos denunciar, à polícia investigar e à Justiça punir.