Finalizada as eleições, muitas são as análises que se fazem. Uma delas diz respeito ao alinhamento das campanhas regionais e nacionais. No caso do Espírito Santo há que se reconhecer que o presidente Jair Bolsonaro foi um fator decisivo na estratégia de campanha dos dois candidatos ao Governo do Estado.
O governador reeleito, Renato Casagrande, principalmente no segundo turno, decidiu minimizar a coligação que o próprio partido, o PSB, fez com o PT. A razão está no perfil do eleitorado. Aqui, o atual Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, venceu em 61 cidades e somou mais de 58% dos votos válidos.
Se para Casagrande essa hegemonia foi determinante para não nacionalizar a campanha e correr o risco de afastar eleitores, para Carlos Manato foi justamente o contrário. Estar alinhado com o presidente Bolsonaro, em algum grau, se apresentava como uma vantagem. No entanto, o candidato não conseguiu convencer todo o eleitorado do presidente. Algo semelhante aconteceu no Rio Grande do Sul, com o candidato do PL, Onyx Lorenzoni, derrotado por Eduardo Leite, do PSDB.
Aqui no Estado, uma vez declarada a vitória de Renato Casagrande, Manato prontamente reconheceu a legitimidade da escolha da população, parabenizou o adversário e desejou sucesso, seguindo a tradição democrática e as boas regras de educação.
Na esfera nacional, o candidato derrotado Jair Bolsonaro, ainda se mantêm em silêncio, mesmo que todos no seu entorno, entre eles o Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tenham aceitado o resultado das urnas. O país encerra o período eleitoral absolutamente dividido e será preciso muito diálogo, inclusive entre vitoriosos e perdedores, para restabelecer laços, construir novas perspectivas e soluções para os problemas que afligem a todos, sem distinção ideológica ou partidária.