Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Extremismos, em hipótese alguma, são bons, pelo contrário, deixam marcas profundas e duradouras.
Os atos criminosos deste domingo em Brasília atentam inclusive contra o próprio Bolsonarismo, já que não seria correto afirmar que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro são todos radicais, ainda que ele próprio estimule a radicalização por meio da negação de princípios básicos.
Fato é que a maioria dos apoiadores não corrobora com o discurso antidemocrático e com o ataque às instituições brasileiras.
A invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília – Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal – e a quebradeira do patrimônio público esvaziam um discurso político, que no sistema democrático e sob a perspectiva do princípio de alternância de poder, fortaleceria o papel dos partidos de direita como oposição, contribuindo de maneira legítima com o debate público, junto com outras forças políticas.
Divergências são bem-vindas em regimes democráticos, atos criminosos não. Logo, os partidos de direita, de maneira geral, saem com a imagem prejudicada.
Paradoxalmente, pode parecer que isso é bom para os partidos de esquerda, mas não é.
O sistema democrático se fortalece justamente num jogo de pesos e contrapesos. De maneira simples é como dizer que a luz é percebida porque há escuridão. Uma precisa da outra.
Portanto, para o país, o melhor é quando há forças políticas constituídas e fortes, que busquem o diálogo dentro dos preceitos constitucionais.
Essa tentativa de golpe de estado imaginada por grupos radicais escancara sua face retrógrada e antidemocrática.