Nos próximos 10 anos, o Brasil vai precisar dar um salto em termos de investimentos para, de fato, cumprir o objetivo de universalizar a oferta de água potável, coleta e tratamento de esgoto – estabelecido no Marco Legal do Saneamento.
Entre os pontos, em 2033, 90% da população brasileira deve ter garantido os acessos ao tratamento de esgoto. Atualmente, 100 milhões de brasileiros não contam com o serviço.
No mesmo prazo, a oferta de água potável deve chegar a 99% da população brasileira. Hoje, pouco mais de 84% recebe o serviço, o que significa que 35 milhões de pessoas ainda estão fora do sistema. Os dados são do Instituto Trata Brasil.
A situação do Espírito Santo é um pouco pior que a média nacional: pouco mais de 81% da população capixaba é atendida pela rede de água e o tratamento de esgoto chega a menos de 50%.
Na semana passada, o governador Renato Casagrande anunciou o novo presidente da Companhia Espírito-santense de Saneamento, Munir Abud de Oliveira, que até então estava no comando do Bandes.
O novo executivo da Cesan disse que está ciente dos desafios e destacou, como prioridade, o fim da falta de água nos 52 municípios atendidos.
Essa, de fato, é uma das grandes reclamações dos munícipes que contam com o serviço da companhia.
Melhorar a entrega, portanto, deve mesmo ser uma prioridade, ao lado da ampliação da oferta e modernização de todo o sistema. Diante da crise hídrica que o mundo enfrenta, parece absurdo que o índice de perdas na distribuição, ou seja, desperdício, ainda supere 30%. Sem falar no desperdício causado pela própria população.
Logo, o conjunto de serviços de saneamento precisa ser pensado e trabalhado de maneira transversal, pois envolve diversas áreas. É necessário olhar para dentro da companhia e para fora.
Um ponto que merece total prioridade é a conscientização, quer seja do uso responsável da água, quer seja a necessidade de ligação do próprio esgoto, aqueles que já possuem a rede da Cesan.
Saneamento básico tem impacto direto no desenvolvimento econômico e social como, por exemplo, na área de saúde pública.
O último dado, de 2019, aponta mais de 270 mil internações decorrentes de doenças causadas por água não-potável e falta de tratamento de esgoto, e não há nenhum indicativo que o impacto no sistema de saúde tenha melhorado desde então.
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