A duplicação das rodovias federais que cortam o Espírito Santo é um tema recorrente, com muitas “idas e vindas” ao longo dos últimos anos e, ainda, é de extrema urgência.
Na semana passada, o Governador Renato Casagrande esteve em Brasília, onde participou da reunião dos chefes dos Executivos Estaduais com o Presidente da República. A BR 262 e a continuação das obras de duplicação da BR 101, por exemplo, estiveram entre os assuntos tratados pelo governador.
Em relação a essa última, todos se lembram que em junho do ano passado a empresa concessionária, a Eco101, devolveu o contrato e aguarda a assinatura de um aditivo para administrar a via pelos próximos dois anos.
O ideal seria que a duplicação, pelo menos daqueles trechos contratados anteriormente, fosse realizada ainda sob a gestão da concessionária.
A não melhoria da rodovia está diretamente relacionada a vidas perdidas em acidentes.
A título de exemplo, um estudo da Fundação Dom Cabral, uma das principais instituições de negócios do Brasil, mostra que em média, o número de acidentes em rodovias federais com mortes é 5 vezes maior do que nas rodovias sob administração de concessionárias. O levantamento compilou dados entre 2018 e 2021.
Um dos pontos que explica a diferença é justamente a maior incidência de trechos de pista simples. Aliado a imprudência de motoristas, esses trechos são mais suscetíveis a colisões frontais.
Foi o que aconteceu na última sexta-feira. A desobediência à sinalização de não ultrapassagem provocou mais uma tragédia na BR 101, na altura de Fundão. Duas pessoas morreram e uma terceira ficou gravemente ferida.
Num país com a extensão territorial do Brasil e que o principal modal de transporte de passageiros e de carga são as rodovias, é inadmissível não tratar a questão com prioridade absoluta.