Quase cinco anos depois de ser preso, Georgeval Alves será julgado. Ele é acusado de ter violentado sexualmente, torturado e colocado fogo no filho e no enteado.
O Ministério Público vai solicitar pena máxima. Georgeval sempre negou os crimes.
A partir de hoje, um júri popular vai ouvir os argumentos da acusação e da defesa, se não houver nenhuma medida protelatória.
Os advogados contratados pelo réu, na última sexta-feira, tentaram suspender o julgamento mais uma vez. Solicitaram ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo que o Tribunal do Júri fosse transferido de Linhares, onde aconteceu o fato, para Vitória, por uma questão de segurança do réu e dos próprios advogados, que teriam recebido ameaças de morte, além de garantir a imparcialidade dos jurados.
Curiosamente, de acordo com o próprio juiz que negou o pedido, a defesa não apenas não levantou essas questões em momento algum ao longo do processo, como também não trouxe nenhum fato novo, inclusive, fundamentou o pedido em notícias de 2018.
Parece claro que o objetivo era ganhar tempo e prorrogar o caso.
Além da crueldade do ocorrido, já suficiente para despertar a atenção da sociedade, casos assim acabam envoltos em uma guerra de narrativas.
Não satisfeito com a determinação da Justiça, o presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal sugeriu, no sábado, que os advogados de defesa se retirassem do tribunal assim que começasse o julgamento.
Não é à toa que no Brasil o processo judicial seja absolutamente moroso e que a sensação geral seja que a Justiça não funciona.
Todos nos tornamos vítimas de um sistema ineficiente.