A crise no setor varejista, com o fechamento de lojas das Americanas, Marisa, Tok&Stok e Camicado, para citar quatro grandes marcas, é uma demonstração clara de que devemos cuidar daquilo que de fato temos controle. E a razão é simples: isso nos deixa menos vulneráveis em relação ao que não controlamos.
É assim na vida, é assim no mundo dos negócios. O ponto primordial é gestão. Com eficiência operacional, que pode muito bem ser traduzida em simplificação de processos e redução de desperdícios, sobra mais recursos em caixa para tocar a operação e para fazer investimentos, ou seja, diminui-se a dependência de financiamentos bancários.
Com a taxa de juros em 13,75%, a captação de recursos no mercado é inviável e quem já estava endividado sofre o impacto direto.
Acontece que as empresas precisam de capital para atender às novas demandas do mercado consumidor, principalmente porque vivemos um momento de muitas transformações, por exemplo, o comércio digital.
Os investimentos em tecnologia não são pequenos e são fundamentais para se encontrar um modelo de negócio que una as experiências física e virtual.
De novo, trata-se de gestão!
Outro ponto importante é que com a taxa de juros nos patamares atuais há menos dinheiro na mão do consumidor, o que impacta diretamente em novas vendas e naquelas já realizadas, pois aumenta a inadimplência.
São muitas as variáveis que explicam a crise varejista, mas precisamos lembrar que ela não é a primeira. No final dos anos 90, duas grandes marcas varejistas, o Mappin e a Mesbla, encerraram as atividades. Aqui no Espírito Santo vimos o mesmo acontecer com a tradicional Dadalto.
O fato é que para além das questões macroeconômicas, todas essas empresas negligenciaram a gestão, ou seja, estavam mais vulneráveis.
Portanto, trata-se de escolher fazer o que deve ser feito para enfrentar o que não podemos escolher, ou controlar.