É mais do que hora de repensarmos a maneira que boa parte da sociedade tem lidado com os problemas que surgem em nosso convívio.
O uso da força muitas vezes é a reação primeira para solucionar os conflitos, mas de certo é a menos eficaz. Indubitavelmente gera um ciclo vicioso, ou seja, a resposta a um ato violento acaba sendo uma nova onda de violência, o que agrava as tensões e dificulta o surgimento de outras soluções mais duradouras.
Na última semana, uma briga entre um oficial da Polícia Militar e um soldado, ao saírem de uma boate em Vitória, escancarou a situação. Chamou-nos mais a atenção o fato dos dois envolvidos serem policiais e, tão somente porque, na teoria, são garantidores da ordem, do que a violência em si, o que só demostra que tratamos a questão de forma absolutamente superficial.
Não levamos sequer em consideração que a cultura incrustada nas forças policias é do confronto, de ver o outro como inimigo. E para além dos esforços que se tem feito na formação de oficiais para mudar essa cultura, leva-se tempo.
A questão primordial é que violência é o avesso do diálogo, esse sim, um instrumento capaz de unir diferentes perspectivas.
E veja, não se trata de submissão, mas de disposição para ouvir o outro lado e buscar um entendimento mútuo, em nome do bem comum. Apenas dessa maneira, amplia-se a chance de soluções mais equilibradas e justas, tanto no âmbito pessoal quanto sob a ideia mais ampla de sociedade.
Respeitar a diversidade de opinião é uma ação concreta que ajuda a construir uma cultura de paz e, sendo assim, acreditar no poder transformador do diálogo é o primeiro passo na construção de uma cidade mais harmoniosa e pacífica.