A segurança pública exige que os governos atuem de forma coordenada na implementação de ações de inteligência e de investigação.
É, portanto, louvável a iniciativa de aproximação do secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, com o Governo Federal, em visita à Brasília, na última passada.
A cooperação é imprescindível em dois pontos cruciais que envolvem diretamente as fronteiras do Estado: o tráfico de drogas e armas.
No primeiro semestre deste ano, só em Vitória foram 270 confrontos entre a polícia e traficantes, o que é um indício de que a quantidade de armas nas mãos dos criminosos cresceu.
Parte desse armamento chega via contrabando e, portanto, há que se intensificar as ações nas fronteiras terrestres e nos portos.
A insegurança está diretamente ligada a qualidade de vida da população capixaba. O medo generalizado limita as atividades cotidianas, o que causa um impacto negativo na economia local.
O turismo e o comércio, por exemplo, perdem.
Apenas a título de exemplo, há quatro anos, o Rio de Janeiro, a principal porta de entrada do turista no Brasil, deixou de faturar algo em torno de R$ 150 milhões. O levantamento foi feito pela Confederação Nacional do Comércio.
De um lado, parte dos visitantes reduz o tempo de permanência ou escolhe outros destinos, de outro, como consequência direta da redução da rentabilidade, empresários e empreendedores deixam de investir. O cenário é ainda mais desalentador quando se sabe que a indústria do turismo é uma fonte importante de geração de empregos, com desdobramentos em outras cadeias produtivas.
A falta de segurança esgarça o tecido social e cria uma atmosfera de desconfiança de todos contra todos. Além de danos físicos, há uma enormidade de danos psicológicos como aumento de estresse, ansiedade e depressão.
Apenas com esforços conjuntos e uma abordagem abrangente é possível mitigar os efeitos negativos da criminalidade e, como consequência, criar um ambiente propício para o desenvolvimento sustentável.