O Espírito Santo é o segundo estado do país com o maior aumento no número de registros de posse de arma de fogo. Um crescimento de 381% em cinco anos, entre 2017 e 2022, atrás apenas do Distrito Federal.
Por si só o dado indica um desafio enorme para a política de segurança pública e demanda uma análise crítica e cuidadosa sobre os impactos e consequências.
O tema, é inegável, suscita paixões e opiniões divergentes. Enquanto alguns enxergam na posse individual de armas uma forma legítima de proteção e autodefesa, outros apontam para os riscos associados ao aumento descontrolado da circulação de armas em mãos de civis.
O desafio principal é encontrar o equilíbrio entre os direitos individuais e a garantia da segurança coletiva.
Quando parte da população entende que o acesso a armas gera um senso de segurança pessoal, estamos no campo das ações reativas. Nessa linha, é imprescindível aprimorar os mecanismos de controle e fiscalização, e garantir que apenas pessoas aptas, após um processo criterioso de avaliação e treinamento, possam obter o registro de armamentos, se for o caso.
A promoção de campanhas de conscientização sobre a responsabilidade é outra medida extremamente válida.
Por outro lado, é essencial implementar políticas públicas que priorizem a prevenção do crime e uma abordagem das causas estruturais.
Fortalecer as instituições policiais, capacitar os agentes e aprimorar as estratégias de investigação são pilares inegociáveis, mas não únicos, para fortalecer a percepção de segurança e, dessa maneira, desestimular soluções individuais.
O debate baseado em dados, evidências e no bem comum deve ser estimulado, com foco na busca incessante da segurança e proteção de nossa sociedade.