O Espírito Santo encerrou 2023 com o menor número de homicídios – 978 – desde que o dado começou a ser contabilizado, em 1996. A marca também é menor que a de 2019, ano até então considerado o melhor da série histórica, com a soma de 987 mortes violentas.
Foi a primeira vez também, desde 1996, que a Grande Vitória registrou número inferior a 500 homicídios em 12 meses, com 464 mortes no ano passado.
Apesar da boa notícia, a violência não está sob controle e não se pode comemorar o número ainda expressivo de assassinatos em um Estado com 4 milhões de habitantes. Não há uma solução mágica para o problema. O combate à violência tem vários desafios, e muitos deles são estruturais, como a educação.
No entanto, o esforço claro de enfrentamento à criminalidade para reduzir os homicídios demonstra que a adoção de políticas públicas assertivas e de forma consistente é o caminho para obter resultados positivos.
O foco agora precisa ser o de impedir retrocessos, além de frear o aumento das mortes em algumas cidades. Afinal, a redução dos homicídios no Estado não ocorreu em todas as regiões capixabas. Nos municípios de duas regiões a violência piorou: foram registrados aumento de 13,1% dos crimes na região Norte e de 27,4% no Noroeste.
A população, em muitas regiões, ainda é refém do medo e convive com as consequências das guerras do tráfico. Inclusive, os conflitos entre facções criminosas, especialmente em regiões dos morros, impactou diretamente no aumento de homicídios na Capital (25% dos registros ocorreram nesses locais).
Também é crucial traçar estratégias que envolvam não só as polícias, mas atores como Ministério Público, Justiça e municípios, e que todos possam agir de forma integrada.
Se o Estado continuar estabelecendo metas por meio de políticas públicas eficazes e se esforçar para cumpri-las, já será um passo importante. Toda ação para salvar vidas é bem-vinda