É chegada a hora de dar um basta! A persistência de casos de violência contra a mulher é alimentada por questões estruturais e conjunturais. Ou enfrentamos essas questões ou a escalada não terá fim.
A complexidade do problema está fundamentada em uma cultura patriarcal e machista que perpetua estereótipos de gênero e subestima o valor das mulheres.
A mentalidade que coloca as mulheres em papéis submissos e os homens em posições de autoridade permeia aspectos diversos da sociedade, desde o ambiente doméstico até o local de trabalho.
Esse desequilíbrio pode levar a formas variadas de abusos emocional e físico. Pior que isso: minimiza e normaliza a violência contra a mulher.
Os desdobramentos da investigação sobre o assassinato da enfermeira Íris Rocha de Souza, na semana passada, são cruelmente reveladores.
O principal suspeito é o ex-namorado e, de acordo com a polícia, o relacionamento era abusivo. Íris chegou a denunciá-lo, e em outubro do ano passado solicitou medida protetiva. O pedido não tramitou e a polícia não sabe dizer o motivo da falha.
Medidas protetivas são essenciais para garantir a segurança das vítimas.
De janeiro a novembro de 2023, mais de 12 mil pedidos foram feitos no Estado.
De um lado, isso mostra que mais mulheres estão dispostas a romper o silêncio e procurar ajuda para quebrar o ciclo de violência.
Por outro lado, os dados revelam a urgência de medidas que ataquem as causas do problema, desconstruam padrões machistas e promovam a igualdade de gênero, a começar por ações educacionais e que gerem oportunidades econômicas.
É imperativo fortalecer as políticas de proteção às mulheres e isso envolve, inclusive, a capacitação de profissionais para lidar com casos de violência doméstica de maneira sensível e eficaz.
Aliás, o governo tem papel fundamental na sensibilização da sociedade, na oferta de suporte emocional às vítimas e na promoção de campanhas educativas.
Importante ressaltar que a mudança só ocorrerá quando cada um de nós se comprometer a questionar e combater atitudes machistas nos nossos próprios círculos sociais.
Construir uma sociedade que valorize e respeite as mulheres é um problema de todos nós!