O anúncio da parceria entre o governo do Espírito Santo e o BNDES em torno do financiamento de R$ 630 milhões para melhorias de estradas e rodovias tem impacto direto na logística e, portanto, no desenvolvimento econômico e social.
Investimentos no modal rodoviário têm a capacidade de conectar diferentes regiões, facilitar o transporte de cargas e passageiros, e dinamizar o comércio regional, com outros estados e até mesmo internacional.
Portanto, não resta dúvida sobre as benesses.
O ponto de atenção é a forma como esse investimento é realizado, se por meio de financiamento público ou através de concessões à iniciativa privada.
O curioso é que decisão não é binária, mas complementar. Não se trata de um ou outro, mas sim de fazer uso estratégico das vantagens que cada modelo pode oferecer.
O financiamento público permite direcionar recursos para regiões menos desenvolvidas, com base em critérios sociais. No caso do contrato anunciado, por exemplo, estão previstas a implantação e pavimentação da rodovia ES 230, entre Vila Valério e Fátima, em Jaguaré, o Contorno de São Mateus e a reabilitação e duplicação da rodovia ES 488, em Cachoeiro de Itapemirim.
Grandes obras de infraestrutura muitas vezes não são viáveis para a iniciativa privada, quer seja pelo alto custo inicial, quer seja pelo retorno financeiro a longo prazo.
Por outro lado, concessões à iniciativa privada seguem a lógica da eficiência operacional, o que significa, de maneira simples, aumentar a qualidade do serviço prestado e reduzir custos.
Além disso, esse modelo de parceria transfere parte do risco financeiro do setor público para o privado, o que pode ser bem interessante em períodos de restrição fiscal.
Quando o assunto é malha rodoviária, importante lembrar que a BR 262 continua sem solução, o que tem um impacto extremamente negativo no escoamento de produtos agrícolas, pecuários, mineração, industriais e também no turismo.
Em suma, para maximizar os benefícios dos investimentos no modal rodoviário é fundamental adotar uma estratégia equilibrada, que combine a visão de longo prazo e o desenvolvimento social, com a eficiência operacional e a inovação.
Essa decisão pode ter impactos significativos no desenvolvimento sustentável e, como consequência, no progresso econômico e social do nosso Estado.