É imperativo que aprendamos com cada tragédia, transformando a dor e a destruição em lições para construir um futuro mais seguro.
As inundações no Rio Grande do Sul precisam servir como um alerta doloroso sobre a necessidade urgente de repensar as políticas públicas relacionadas ao clima e ao planejamento urbano, afinal, não é apenas uma tragédia natural, mas também um retrato do descaso sistemático com a prevenção e a gestão de desastres no país. Aqui no Espírito Santo, municípios da região Sul foram completamente destruídos recentemente.
A falta de investimento em infraestrutura e o desinteresse, para dizer o mínimo, em aplicar conhecimento científico no desenvolvimento de cidades têm sido uma constante, e as consequências são assustadoras na forma de perdas humanas e econômicas.
Um cenário que se agrava ainda mais diante da politização do desastre. E não quero dizer com isso que não haja uma questão política, pois há.
O que não colabora em nada são as críticas superficiais e as acusações mútuas entre cada campo político, seguindo tão somente o roteiro da polarização. Cada qual parece mais preocupado em preparar o terreno para as próximas eleições do que em lidar com a urgência do momento.
Em meio ao caos, uma das principais excrescências são as teorias conspiratórias e as informações falsas muitas vezes compartilhadas por políticos. Sem nenhum limite ético, essas figuras públicas ampliam o pânico e a desinformação entre a população afetada e criam desconfiança nas instituições como exército, Brigada Militar e Polícia Federal, por exemplo, que estão tentando mitigar os efeitos do desastre.
Como se isso não bastasse, as mentiras atrapalham os esforços de ajuda humanitária.
Nesse ponto, aliás, a população tem dado lições valiosas e construído uma rede de apoio para além de disputas partidárias.
É essencial, sempre e principalmente nesse momento, que o debate público e as ações sejam pautados na honestidade e transparência, e que tenham como prioridade a segurança e o bem-estar da sociedade.