A interferência política nas empresas públicas é uma questão que merece especial atenção, por diversas razões.
É a independência que permite que elas se concentrem na própria missão, sem desviar os rumos para atender interesses partidários ou eleitorais.
A troca de comando na Petrobras, por exemplo, o sexto em três anos, gera uma série de incertezas, e isso aumenta a percepção de risco.
Na semana passada, a empresa perdeu R$ 55 bilhões de valor de mercado.
Pode ser pura especulação? Sim, pode. Mas o fato é que o mercado precifica a dúvida. E há muitas nesse momento, principalmente quanto ao grau de intervencionismo do governo.
De maneira simples, a petroleira corre o risco de priorizar projetos que tragam benefícios eleitorais a curto prazo, em detrimento de iniciativas que possam ser mais benéficas para a sociedade a longo prazo.
As operações e os investimentos devem se basear, sempre, em critérios técnicos e em análises de mercado. Sem isso, o risco é tomar decisões ruins, que gerem prejuízos para a empresa e para a sociedade.
O passado recente, ainda sob os dois últimos governo do PT, do próprio presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, deixaram um rombo nas contas, causado por obras inacabadas e investimentos desproporcionais.
As empresas públicas foram criadas para suprir necessidades essenciais como energia, saneamento e até mesmo o fomento da atividade econômica.
Temos aqui no Espírito Santo, o Banestes, o Bandes, a Cesan. Não há nenhum indício de que essas empresas operem sob pressões políticas. Pelo contrário.
A não interferência, em qualquer instância, assegura mais clareza nos procedimentos, desde a contratação de fornecedores, até a execução de obras e a prestação de serviços.
É essencial que as empresas públicas mantenham os quadros técnicos, até porque isso facilita a implementação de mecanismos de controle internos e auditorias independentes, o que, em última análise, reduz as oportunidades para corrupção.
Governantes que respeitam a autonomia das empresas públicas contribuem para a estabilidade das companhias e com o desenvolvimento sustentável.
Além disso, promovem um ambiente de confiança, crucial para o bom funcionamento de qualquer organização e do próprio mercado.