Quando o poder executivo deixa de ter um posicionamento claro e consistente sobre questões cruciais, isso prejudica a governabilidade, a eficácia de políticas públicas e a própria estabilidade social.
O Governo Lula tem falhado nesse sentido quando se abstém de se posicionar em temas de relevância nacional, quer sejam econômicos ou sociais.
Para citar apenas três casos: o debate em torno da PL do aborto; as denúncias de irregularidades envolvendo o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho; e a discussão em torno da necessidade ou não de importar arroz por conta das cheias no Rio Grande do Sul.
Há quem defenda que o governo federal tenha se posicionado, mesmo que de maneira tímida e não no tempo necessário.
De uma forma ou de outra, podemos dizer que, minimamente, o governo se acovardou.
Esse vácuo de liderança acaba sendo preenchido por outros atores políticos e, num cenário de extrema polarização, isso dificulta ainda mais a busca por consensos e fragiliza a relação republicana com os demais poderes.
O Governo tem sofrido derrotas no Congresso Nacional, o que faz parte do próprio processo democrático.
Adotar como estratégia o não confronto de ideias para reduzir a temperatura política, e talvez, mitigar outras derrotas, pode gerar resultados pontuais no curto prazo.
Por outro lado, a longo prazo, a omissão do Governo Lula gera consequências negativas, entre elas, a dificuldade de governar e a desconfiança do eleitor nas instituições.