Falta mão de obra qualificada. Não é de hoje, mas o problema vem se agravando nos últimos dez anos, e por diversas razões.
As rápidas mudanças tecnológicas e a digitalização dos processos produtivos exigem novas habilidades, mais avançadas.
Assim como a globalização e o consequente incremento das cadeias de suprimentos, que necessitam de profissionais com habilidades em logística e gestão de processo, por exemplo.
Há ainda a agenda ESG, que exerce pressão sobre as empresas nas relações com as comunidades, o meio ambiente e a governança.
A escassez de mão de obra de fato é um desafio enorme, e está diretamente relacionada com a competitividade das empresas no mercado interno e externo.
Na última semana, durante o discurso de posse, o novo presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Paulo Baraona, levantou o tema.
E acertou ao fazê-lo.
O descompasso entre a oferta de profissionais e as demandas do setor produtivo pode levar a atrasos na produção, queda na qualidade de produtos e serviços, e menor capacidade de inovação.
Ao olharmos para o cenário de maneira macro, isso significa menor ritmo de crescimento, com impacto no desenvolvimento econômico e social.
Sem um esforço conjunto entre governo, empresas e instituições de ensino, tudo fica mais difícil. Claro está que a formação não acompanha as necessidades de evolução.
É preciso atualizar currículos escolares e universitários, fomentar programas de formação específicos, via parcerias público-privadas e de acordo com as necessidades reais das indústrias.
Além disso, oferecer condições para que os profissionais que já atuam possam se requalificar e utilizar tecnologia, inclusive inteligência artificial, para tornar o aprendizado mais acessível e personalizado, enfim.
Se o Espírito Santo quer seguir crescendo é fundamental criarmos uma cultura de desenvolvimento de pessoas.