Chegamos ao fim de mais um ano, e a habitual tradição de traçar novos planos para o próximo ciclo dá lugar a uma sensação de incerteza e desânimo.
A economia patina, os juros alcançam patamares históricos, e o dólar dispara, tornando ainda mais difícil o planejamento de famílias e empresas.
Parte desse desalento vem das escolhas políticas que, reiteradamente, ignoram a necessidade de mudanças estruturais em favor de medidas populistas e imediatistas.
Já dissemos em outro editorial: o governo federal tem priorizado políticas de curto prazo, mais focadas em garantir popularidade do que em resolver os reais entraves ao crescimento do país.
A reforma tributária, por exemplo, essencial para aliviar o peso sobre cidadãos e empresas, é diluída por pressões políticas.
O comportamento dos parlamentares também tem deixado a desejar no que se espera de uma democracia republicana. O congresso parece legislar em causa própria, de costas para os interesses do país.
Em relação ao Judiciário não seria exagero dizer que o mesmo tem ultrapassado os próprios limites e contribuído negativamente para o equilíbrio entre os três poderes.
O resultado é uma conta que não fecha. O endividamento público cresce, a confiança de investidores despenca, e os reflexos são sentidos diretamente na vida de todos nós,
O fim de ano é um período marcado pelo otimismo. É o momento em que planejamos mudanças, criamos metas e renovamos nossas expectativas por um futuro melhor.
No entanto, não podemos ignorar que muitos brasileiros encerram este ano mais fragilizados, enfrentando um aumento no custo de vida e a constante sensação de que os esforços individuais são insuficientes diante de uma estrutura que sabota o progresso coletivo.
O caminho para superar esse desânimo passa, sem dúvida, por mudanças reais e urgentes.
O Brasil precisa retomar o compromisso com uma agenda que promova equilíbrio fiscal, incentive a produtividade e a inovação, e fortaleça as bases do desenvolvimento sustentável.
É preciso ir além do imediatismo e trabalhar por reformas estruturais que, embora não tragam resultados imediatos, são essenciais para garantir um futuro mais estável e próspero.
É também essencial que cada cidadão cobre coerência, responsabilidade e visão de longo prazo dos governantes. Não podemos aceitar que interesses políticos continuem pautando as prioridades do país.
Renovar a esperança não significa ignorar os desafios, mas encará-los de frente, com determinação e propósito.
Que possamos, mesmo diante das adversidades, reconstruir o otimismo e o entusiasmo necessários para começar o próximo ano com um senso renovado de urgência e responsabilidade.
O Brasil tem potencial para muito mais!