Drogas e “Fake News” devem ser combatidas!

O caso do jovem encontrado com a barriga aberta em uma praia de Guarapari suscitou uma série de versões nas redes sociais, parte delas fantasiosas, parte delas maldosas, para não usar outros adjetivos.

Como as investigações correm sob sigilo, a cobertura da imprensa esteve focada até aqui, muito mais em desmentir tais versões, do que esclarecer propriamente o ocorrido.

Aliás, com a explosão de “informações mentirosas” em diversas temáticas, essa tem sido uma das principais missões dos veículos de comunicação. Importante dizer que a confiabilidade da imprensa está diretamente relacionada a possibilidade de o público saber quem divulgou a informação e cobrar a responsabilidade.

Há muitas lacunas ainda para serem preenchidas nesse caso em Guarapari. Por outro lado, há fatos concretos que merecem uma reflexão como, por exemplo, o uso de drogas relatado à polícia pelo casal de jovens.

Segundo a descrição, tudo indica que seja uma droga sintética, ou seja, criada em laboratório como, por exemplo, LSD.

Especialistas apontam que esse tipo de substância age no sistema nervoso central, provoca alucinações e, dependendo da quantidade, pode resultar em perda da memória.

Os dois jovens disseram que, de fato, não se lembram de nada.

O “Relatório Mundial sobre Drogas”, divulgado em junho do ano passado, aponta uma tendência de crescimento no consumo de drogas, em geral, no mundo, em torno de 11% até 2030.

O aumento está associado a diminuição da percepção sobre os riscos, principalmente entre os jovens.

O que fica claro é que o debate sobre política de drogas precisa, definitivamente, ser feito de maneira pragmática.

E duas palavras estão no centro da questão: repressão e prevenção.

O mundo e o Brasil têm historicamente priorizado e direcionado verba pública para a repressão, mas temos visto famílias e mais famílias perderem os filhos para as drogas.

Na semana passada, na Argentina, 23 pessoas morreram por consumirem cocaína envenenada, e mais de 100 foram internadas.

Não seria a hora de investir fortemente na educação sobre os riscos das drogas, estruturar uma rede de apoio e apostar que pessoas bem informadas tomam decisões melhores sobre o que consomem ou não?

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