A eleição para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, no Espírito Santo, trouxe um marco inédito: Érica Neves será a primeira mulher a comandar a entidade.
Ela derrotou o atual presidente, José Carlos Rizk, que comandava a entidade há seis anos e tentava um novo mandato.
A eleição abre uma oportunidade importante para refletir sobre o papel da OAB no Estado e sobre a necessidade de uma postura mais ativa diante das demandas da sociedade.
A própria Constituição Federal pontua que a advocacia é um serviço indispensável à sociedade. São os advogados e advogadas que garantem a prática da justiça e fazem o intermediação entre os cidadãos e o Estado.
Claro está que entidade não deve ser apenas uma defensora dos interesses dos profissionais da advocacia, mas uma voz ativa no debate público, contribuindo para o fortalecimento da cidadania e da democracia.
Temas como desigualdade social, violência, direitos humanos e crises ambientais devem contar com a participação efetiva da OAB.
Nacionalmente, a entidade sempre se posicionou em momentos críticos e liderou debates importantes. Aqui no Estado, vale lembrar o papel de enfrentamento a corrupção que se instalou quando José Carlos Gratz presidiu a Assembleia Legislativa. A OAB, sob o comando de Agesandro da Costa Pereira, foi fundamental no combate ao crime organizado.
Em tempos mais recentes, a ausência da entidade no debate público enfraqueceu tanto a advocacia quanto a capacidade da OAB de cumprir sua função como porta-voz de valores essenciais para a justiça e o Estado de Direito.
A nova presidente tem o desafio de evoluir no protagonismo da entidade, promovendo uma interlocução mais ativa com os poderes públicos.
Representatividade ela tem. Venceu com mais de 53% dos votos válidos, numa eleição que teve o maior engajamento da história. Mais de 85% dos advogados aptos a votar, participaram.
A força demonstrada pelos advogados nas urnas deve ser transformada em ações concretas, que tornem a entidade uma referência em liderança, ética e compromisso social.