O Custo da Irresponsabilidade

Iniciamos a semana ainda sem respostas para tamanha tragédia em Vila Velha. O laudo do Corpo de Bombeiros sobre a causa da explosão e do desabamento do prédio em Cristóvão Colombo é um trabalho minucioso, – até porque toda a estrutura do edifício foi destruída – e, por isso, deve levar 20 dias para ser concluído.

O que já se sabe, a partir dos escombros, é que a obra era irregular. Foi feita sem o acompanhamento de um engenheiro e sem seguir as normas regulamentadoras.

Havia um risco eminente. E esse não é um caso isolado. O próprio Conselho Regional de Engenharia tem feito alertas no sentido da falta de responsabilidade dos envolvidos.

De um lado, de quem quer realizar a obra, quer seja uma construção ou uma reforma. Para reduzir custos, abre-se mão de um profissional especializado e, por vezes, não só da especificação correta dos materiais utilizados, mas da própria qualidade.

De outro lado, do poder público, que também em nome da redução de custos não investe em fiscalização e, portanto, não fiscaliza como deveria para mitigar riscos e garantir a segurança.

Fatalidades acontecem, mas não é possível atribuir tudo ao imponderável.

E fiscalizar não pode se resumir a autuação. É preciso acompanhar e interromper a obra quando constatado que a mesma não segue as normas técnicas.

No caso do prédio em Vila Velha, alguém construiu, alguém deixou construir, alguém deixou ser habitado, sem ser fiscalizado.

É esse ciclo de irresponsabilidade que precisa ser rompido. O custo de não fazê-lo coloca vidas em risco.

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