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Como ajudar seu filho a lidar com a separação de forma acolhedora e amorosa

Descubra como proteger emocionalmente seu filho durante o processo de separação e garantir que ele se sinta amado e seguro, mesmo em meio às mudanças

Leiri Santana

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A separação dos pais é um dos desafios mais difíceis que uma criança pode enfrentar. Mesmo antes de serem informadas oficialmente, muitas crianças percebem as tensões no ambiente familiar e, por causa da imaturidade, criam fantasias para tentar explicar o que está acontecendo. Essas fantasias, muitas vezes, envolvem sentimentos de abandono, culpa e medo de perder o amor dos pais, que, para elas, são as figuras mais importantes de suas vidas.

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É natural que a criança tenha dificuldade em entender a complexidade da separação. Diferentemente dos adultos, ela não possui os recursos emocionais ou cognitivos necessários para processar os motivos dessa escolha. O resultado disso pode ser uma série de interpretações errôneas, como a ideia de que ela mesma causou a separação ou de que será deixada de lado em novos relacionamentos dos pais.

Nesse momento delicado, cabe aos adultos adotar uma abordagem acolhedora e amorosa, comunicando-se de maneira clara, respeitosa e adaptada à capacidade de compreensão da criança. Explicar a separação de forma simples, reforçar que ela será sempre amada e protegida e abrir espaço para que expresse seus sentimentos são atitudes essenciais para ajudá-la a lidar com as mudanças.

Abaixo, exploramos as principais estratégias para ajudar seu filho a atravessar o processo de separação de forma mais tranquila e segura.

1. Reconheça as fantasias da criança e reforce a verdade

A imaginação infantil é poderosa, e, em situações de conflito, as crianças tendem a criar “teorias” para preencher lacunas de informação. Muitas vezes, elas podem acreditar que a separação significa que perderão o amor dos pais ou que não são mais merecedoras desse amor. É fundamental esclarecer que a separação é uma decisão dos adultos e que nada tem a ver com o comportamento ou as atitudes da criança.

Explique de forma simples e honesta: “Nós decidimos que vamos morar em casas separadas porque não somos mais namorados, mas isso não muda o quanto amamos você.” Essa afirmação ajuda a combater fantasias de abandono ou culpa.

2. Adapte a comunicação à idade da criança

Para crianças mais novas, mantenha explicações curtas e diretas, sem entrar em detalhes que não dizem respeito a elas. Já para crianças mais velhas, que têm mais capacidade de compreensão, é possível oferecer informações mais detalhadas, sempre respeitando o limite de suas emoções.

Independentemente da idade, o mais importante é que a criança se sinta ouvida. Abra espaço para perguntas e esteja preparado para respondê-las com paciência e carinho.

3. Valide os sentimentos da criança

A separação pode trazer uma enxurrada de emoções para a criança: tristeza, raiva, confusão, medo e até mesmo alívio. Todas essas emoções são legítimas e precisam ser acolhidas. Diga ao seu filho que é normal sentir qualquer coisa e que você está ao lado dele para ajudá-lo a lidar com esses sentimentos.

Frases como “Eu entendo que você está triste” ou “É normal ficar confuso com tantas mudanças” mostram que você está validando o que ele sente, ao mesmo tempo em que reforça sua presença e apoio.

4. Evite conflitos na presença da criança

Discussões entre os pais podem aumentar a insegurança e o sofrimento da criança. Por isso, evite brigas ou comentários negativos sobre o outro genitor na frente dela. A criança precisa de um ambiente pacífico e seguro para processar as mudanças.

Além disso, preserve o vínculo dela com o outro pai ou mãe, a menos que haja questões de segurança ou abuso. O relacionamento com ambos é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança.

5. Mantenha a rotina sempre que possível

Crianças se sentem seguras com previsibilidade. Por isso, procure manter os horários e as atividades que já faziam parte do dia a dia, como escola, brincadeiras e momentos em família. Mesmo com mudanças inevitáveis, a estabilidade de alguns elementos da rotina ajuda a criar um senso de normalidade.

6. Dê espaço para a adaptação

A transição para uma nova dinâmica familiar pode levar tempo. É natural que a criança sinta resistência ou tenha dificuldades em aceitar a separação no início. Dê tempo para que ela se adapte e mostre que você está disponível para ajudá-la nesse processo.

7. Busque ajuda profissional, se necessário

Se perceber que seu filho está apresentando sinais de sofrimento emocional, como tristeza prolongada, alterações de humor, queda no desempenho escolar ou dificuldades de socialização, considere buscar ajuda de um psicólogo infantil. Um profissional pode ajudar a criança a compreender e lidar com seus sentimentos de forma saudável.

8. Projete um futuro positivo

Reforce que, mesmo com a separação, a família continuará existindo, apenas em uma nova configuração. Fale sobre as mudanças com otimismo e enfatize que o amor e os cuidados dos pais permanecerão inalterados.

A separação não é fácil para ninguém, mas, com acolhimento, empatia e comunicação clara, é possível ajudar seu filho a enfrentar esse momento com mais segurança e confiança. Lembre-se de que, mais do que nunca, ele precisa sentir que é amado e protegido. Ao agir com sensibilidade e responsabilidade, você estará contribuindo para que seu filho desenvolva resiliência e enfrente as mudanças de forma mais saudável.